| Arquivo MAMM | | | | Clara Lúcia, Maria Angélica e Rafael. |
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Quando chegava o Natal minha filha Clara Lúcia ganhava uma Barbie nova. Durante o ano aparecia muita variedade, com roupas de profissões, com cabelos diferentes, era uma febre, por muito tempo foi assim. Mas num fatídico Natal, comprei uma Barbie e a novidade era a mão da boneca. Inventaram de fazer uma peça encaixada que se mexia. Ela adorou! Antes do seu aniversário, dia 30 de dezembro, a Clarinha me apareceu aos prantos, mostrando que a Barbie estava com uma mão só. Fizemos uma varredura na casa, na cama, embaixo do sofá, no carro... e nada, ela continuava inconsolável. Um dia o Rafael, que era dois anos mais velho do que ela pegou a boneca e fez uma mão de Durepoxi, horrorosa, só uma bola achatada, sem dedo e veio mostrar para mim. A Clarinha na mesma hora chegou perto de nós e o céu se abriu, ela adorou a mão nova da boneca. Ele falava pra ela: - Não vai cair nunca mais, ficou ótima! Só por Deus, o assunto ficou resolvido e dali em diante ela nunca mais quis outra Barbie, só aquela que guardou por toda vida. Anos depois quando ela já estava casada encontrei a Barbie numa gaveta no seu quarto e dei de presente para a filha de uma grande amiga minha. Deve estar por aí nesse mundão de Deus, com uma mão de Durepoxi!
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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