Cirurgião dentista Rodrigo Sakuma esclarece as origens desta condição e explica o que deve ser feito em cada caso
O mau hálito, conhecido também como halitose, é uma condição que costuma causar constrangimento entre os adultos, mas que pode ser observada com frequência em crianças. Durante a infância, é comum que os pequenos ainda não tenham assimilado a importância dos cuidados com a higiene bucal. Por isso, a atenção dos pais deve ser redobrada aos sinais que indicam a presença de mau cheiro constante na boca dos filhos. O cirurgião dentista Rodrigo Sakuma lista abaixo algumas das causas para o surgimento desta condição e dá dicas sobre o que fazer para remediar a situação. Confira! 1. Má higiene oral Sem dúvidas, a causa número um do mau hálito em crianças é a prática inadequada da higiene bucal. Em determinado momento do processo de amadurecimento das crianças, os pais costumam incentivar os filhos a escovarem os dentes sozinhos. Porém, sem acompanhamento, é comum que os pequenos não realizem a higienização como deveriam. Para resolver este dilema, deve-se criar uma rotina de observação para garantir que eles escovem os dentes pelo menos três vezes ao dia e usem o fio dental com frequência. 2. Problemas de saúde na boca, estômago ou garganta Diversas condições médicas como refluxo, amígdalas inchadas e gengivas inflamadas podem ser a origem do mau cheiro na boca das crianças. Por isso é importante prestar atenção em sinais como vermelhidão nestes locais e dar ouvidos às possíveis queixas dos pequenos. Sinusites bacterianas, diabetes, insuficiência renal, problemas no fígado e câncer de boca também têm a halitose como um dos sintomas. Caso haja suspeita de uma doença silenciosa ou invisível, consulte o médico da família para orientações sobre abordagens e tratamentos. 3. Uso de chupetas ou hábito de chupar o dedo O hábito de chupar o dedo e o uso constante de chupetas é outro inimigo do hálito fresco nas crianças, especialmente nos bebês. Isso porque os dois podem acumular sujeira e até restos de comida que, em contato com as bactérias, podem causar mau cheiro. O uso da chupeta e da mamadeira costuma ser desencorajado a partir de um ano e meio até os três. Como isso nem sempre é possível, o ideal é que os pais estejam atentos ao estado destes itens e façam a troca sempre que notarem descoloração ou aspecto desgastado. 4. Desidratação ou fome A saliva é uma aliada poderosa na eliminação de bactérias que causam o mau hálito. Por isso, quando a boca das crianças fica seca, a probabilidade de a halitose dar as caras é ainda maior. Para evitar a desidratação, deve-se oferecer água com frequência e incentivar que os pequenos tomem mesmo sem sede. A fome é outro fator que agrava o cheiro ruim na boca. Isso porque permanecer longos períodos em jejum estimula a queda de glicose no sangue, chamada de hipoglicemia, que contribui para o quadro. A solução neste caso é criar uma rotina de alimentação regular e incentivar a escovação após cada refeição. 5. Ingestão de alimentos com odores fortes Alho, cebola, peixes, laticínios, azeitonas, repolho, couve, embutidos e café são alguns dos alimentos e bebidas responsáveis pela presença do odor pungente na boca das crianças. Estas comidas podem produzir mau cheiro até mesmo depois de ingeridas e são perceptíveis no hálito horas depois das refeições. Como boa parte destes ingredientes são ricos em nutrientes, é interessante optar pela redução deles na dieta, mas nunca pela eliminação. Uma dica é não os misturar em uma mesma refeição. Uma boa escovação também ajuda na eliminação de eventuais resíduos entre os dentes e a gengiva.
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