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A fertilidade feminina foi um mistério que acompanhou a humanidade. Primeiro as mulheres eram consideradas deusas, pois traziam ao mundo outras pessoas. Só mais tarde foi entendido o papel do homem. Com o passar do tempo quase todos os mistérios foram desvendados. A pílula anticoncepcional fez com que a mulher pudesse adiar a gravidez para uma data mais favorável. Mas mesmo assim acontecem surpresas! Existe também uma tal de tabelinha, que controla o dia fértil, mas também tem resultados indesejáveis. Um dia na década de 80, estávamos na casa da minha mãe: minha avó Josepha, minha mãe Beatriz e eu, conversando sobre filhos e gravidez. Tínhamos liberdade para conversar sobre tudo, mesmo com 30 anos de diferença uma da outra. No meio dessa conversa minha avó Josepha falou: - Eu tive muitos filhos, mas a culpa não foi do Joaquim, foi minha mesmo! E concluiu: - Quando eu queria, queria, mas quando eu não queria, batia com o leque no ombro dele, e ele já sabia que naquele dia eu não ia namorar! Mal sabia a minha avó que quando ela queria, era o dia fértil, teve portanto mais de 20 filhos. Nas casas da minha família tem leque de madeira, de plástico, de papel, somos descendentes de espanhóis e italianos. Eu e a minha mãe ouvimos a conversa e depois disso, passamos a ter um código: quando alguém engravidava na família ela falava: - Maria, fulana engravidou de novo! E eu respondia: - Mãe, ela não bateu o leque! Ou então: - Mãe, essa agora tem que começar a bater o leque! Minha família é rica em histórias pitorescas. Ave família Puertas!
Nota do Editor: Maria Angélica de Moura Miranda é jornalista, foi Diretora do Jornal "O CANAL" de 1986 à 1996, quando também fazia reportagens para jornais do Vale do Paraíba. Escritora e pesquisadora de literatura do Litoral Norte, realiza desde 1993 o "Encontro Regional de Autores".
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