Ócio ajuda estudantes a ganharem fôlego para últimas provas. "Fazer nada" é estratégia para descansar corpo e mente de crianças e adolescentes e estimular a aprendizagem; educadora alerta para uso de eletrônicos sem moderação durante o feriado
Quatro dias seguidos sem aulas no fim do ano letivo: o Dia de Finados é a última oportunidade para estudantes colocarem em dia os estudos e se prepararem para as últimas provas de 2021. Porém, educadores e psicólogos defendem que o período é melhor aproveitado se for usado para o descanso. Para a assessora de Educação Física dos colégios do Grupo Positivo, Giselle Bailo Uflacker, por mais contraditório que possa parecer, descansar no feriado pode ser mais produtivo para o resultado nas provas do que se debruçar nos livros, exercícios e resumos durante todo o tempo livre. "Os alunos estão estudando o ano inteiro e as últimas provas tendem a ser as mais estressantes. Se não estiverem relaxados, a carga emocional e o cansaço podem, inclusive, atrapalhar a memória e a concentração no momento da prova e, assim, prejudicar o resultado, inclusive de quem estudou muito e sabe bem o conteúdo", alerta. Segundo a especialista, esse é o momento ideal para propor atividades que permitam uma reconexão da criança e do adolescente consigo. “É importante parar e ter um tempo para si. A criança contemporânea geralmente tem muitos compromissos e essa pausa pode ajudá-la a refletir sobre hábitos simples e naturais, até mesmo, como respirar”, explica. Ócio é não fazer nada propositadamente Porém, Giselle ressalta que o ócio não é passar o feriado sem nenhuma programação. Segundo ela, ócio significa não fazer nada de propósito. “Assim como ocorre com grande parte das obrigações de crianças e adolescentes, também o ócio não é natural nessas idades. No que depender deles, qualquer tempo livre será gasto no celular - esse, aliás, é um fenômeno que não se restringe à infância e adolescência, mas acomete também boa parcela dos adultos,” destaca. O entretenimento fácil oferecido pela internet costuma ser uma tentação. Cabe aos pais, então, conduzir os filhos aos momentos necessários de ócio. “Não é fácil, mas é muito importante estimular que eles se disponham a enfrentar sensações como o tédio, que serve para limpar a mente, relaxar e, de fato, descansar os sentidos”, orienta a especialista.
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