“Prefiro conviver com um ateu correto e humanista a conviver com um religioso hipócrita” - Padre Fábio de Mello

“É melhor ser ateu do que ser um religioso hipócrita” - Papa Francisco

Embora os ateus militantes chamem a atenção, eles são uma minoria. A grande maioria dos ateus, agnósticos ou pessoas sem religião prefere ficar quieta no seu canto e viver sua vida sem ser incomodada, porque o que mais encontramos é gente que adora se intrometer no que não lhe diz respeito. Se um ateu disser que não acredita em Deus, logo as pessoas ficam escandalizadas, como se ele tivesse confessado um segredo para lá de vergonhoso. E, muitas vezes, as pessoas vão logo cansar a paciência da pessoa com frases do tipo: “Mas Deus lhe ama, irmão. Como você pode não acreditar nisso?”

E, tomando a liberdade de usar expressões populares, eles enchem o saco com expressões assim: ”Vou orar por você”; “Você não pode duvidar de Jesus, que deu o sangue para lhe salvar.” Conversar com eles é como conversar com uma parede. Eles não aceitam que todo mundo é livre para acreditar ou desacreditar no que quiser. E ficam tentando impor suas crenças com argumentos batidos. Isso quando não dizem que vão orar por nós. Em alguns casos, eles até tentam impor sobre nós nossas mãos para orar. Não adianta dizer que não queremos. Eles não respeitam nossa liberdade de desacreditar ou duvidar.

Eles chegam a dizer que o que faltou a quem não crê ou duvida foi um “encontro pessoal com Deus” ou que a pessoa não “buscou a Deus em espírito e verdade.” É totalmente inútil você dizer que o que o levou a desacreditar foi o fato de ter observado a realidade, estudado a fundo a Bíblia - esse é um dos motivos principais para muitos se tornarem ateus - e ter visto que hoje não vemos nada de grandioso acontecer como é citado à exaustão em livros sagrados. Se tentarmos argumentar, chegarão a dizer que nosso entendimento está embotado pelo diabo.

É realmente para lá de cansativo aguentar os religiosos que não respeitam o fato de que todo mundo pode acreditar no que quiser. Agem como se soubessem de tudo, desrespeitam o espaço da pessoa que não acredita e esquecem que todo mundo tem uma história pessoal que a levou a pensar como pensa.

No cotidiano, se fossem os ateus e agnósticos que agissem assim, os religiosos logo iriam chamá-los de intrometidos e desrespeitosos. Portanto, chega de tentar convencer os outros. Eu não acredito em duendes, mas não vou ficar chateando quem acredita, dizendo-lhe que é pura fantasia e superstição.