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Opinião
19/01/2021 - 06h24
O que esperar do retorno às aulas em 2021
Claudia Hashimoto
 

Iniciamos um novo ano e após as férias merecidas, começamos a organização da rotina do trabalho, das demandas do lar e do início das aulas das crianças. Após um ano muito atípico, em que os pequenos pouco vivenciaram a aprendizagem dentro do espaço escolar, teremos um novo ano letivo ainda com muitas incertezas de como as aulas retornarão. Entretanto, diante de tudo que foi vivido (aulas e atividades on-line, aulas assíncronas, atividades impressas e o contato constante e até prematuro com a tecnologia) o que ficou de aprendizado?

Enquanto instituição educacional, foi possível compreender que o aprendizado por meio de recursos tecnológicos pode ser muito criativo e abre imensas possibilidades de partilhas e descobertas que vão além da fronteira da escola, cidade e país. Foi possível visitar lugares do mundo todo virtualmente, conversar com alunos de vários estados e conhecer autores de livros e obras que, em uma realidade tradicional exigiria um agendamento com muita antecedência. Este caminho que vem sendo desbravado é um percurso sem volta e permitiu abrir fronteiras e desvendar grandes possibilidades de ensinar e aprender.

Altos e baixos

No entanto, nem tudo foi tão maravilhoso, tanto a escola como as famílias necessitaram entender este novo modo de estudar e trabalhar com a educação. Exigiu recursos tecnológicos e formações constantes, tempo e disponibilidade. Em casa, foi necessário que os pais também aprendessem, fossem parceiros diretos da escola e comprometidos com a formação dos filhos. Foi um caminho árduo e que trouxe ensinamentos que possibilitarão um aprendizado, para os pequenos, de forma mais tranquila e menos desgastante no futuro.

Um ponto importante a destacar é que a criança tem muito mais facilidade em lidar com a tecnologia que o adulto de hoje. O nosso jovem estudante, ao contrário de muitos adultos, já nasceu neste mundo tecnológico e encara tudo com naturalidade e com curiosidade, mas é preciso estimulá-lo de forma inteligente para possibilitar novos conhecimentos. Por isso, dar espaço para que ele explore e aprenda como usar tais ferramentas é importante, tanto para sua autonomia como para o entendimento de que é capaz de realizar seus deveres. Essa autonomia não significa deixar de acompanhar o que a criança está fazendo no ambiente virtual, mas permitir que caminhe com segurança, sendo orientando e acompanhando, observando o que estão vendo e com quem estão se comunicando virtualmente.

Boas práticas

A família, como atua como tutora de ensino, ao estimular para que o aluno mantenha a câmera ligada, contribui para que, a professora também consiga visualizar quem está do outro lado da tela, perceber se ele está entendendo o conteúdo apresentado e estimular sua participação nas aulas. Assim, sentindo-se percebido em aula, o estudante se torna mais interessado e membro integrante do grupo, desenvolve o sentimento de pertença, tão necessário para que a aprendizagem ocorra.

Checar as atividades e aulas do dia é um aspecto significativo para que o estudo ocorra sem atropelos de última hora. Marcar ou grifar o que já foi realizado das tarefas do dia ou, sinalizar o que ainda falta ser concluído contribui para que a criança aprenda a se organizar e vá desenvolvendo sua autonomia em seus estudos. Inicialmente isso pode dar um pouco de trabalho, mas assim que o estudante cria o hábito de checar e sinalizar suas atividades e tarefas, menor será a dependência de um adulto para o desenvolvimento de sua aprendizagem.

Esse tipo de atividade não contribui apenas para a rotina escolar, mas para a vida, uma vez que ensina a lidar com as prioridades do dia e a saber como estabelecer critérios de organização e evitar atrasos de compromissos e entregas. É também nessa fase que, de acordo com Projeto Marista para o Ofício de Aluno, os educandos podem descobrir o sentido do estudo, do conhecimento, das culturas e de como esses conhecimentos podem iluminar suas existências.

Um destaque no acompanhamento dos estudos é a pesquisa virtual realizada pelas crianças, cujo objetivo é que saibam produzir e fundamentar seu conhecimento, possibilitando a construção de novas habilidades, competências e saberes. E por estarem em processo de construção de conceitos, é fundamental acompanhar as fontes que embasam as leituras e trabalhos, pois nem tudo que está na internet é verdadeiro.

Desafios virtuais e reais

Diariamente vivenciamos situações de notícias falsas ou inverdades (fake news). Por isso, ter referências das fontes de pesquisa é essencial para que, desde cedo, os alunos tenham um olhar atento e crítico sobre o que veem e leem no ambiente virtual. É papel do professor fornecer sugestões de fontes de pesquisa e da família, acompanhar os trabalhos desenvolvidos, dando espaço para que a criança possa ter acesso aos locais seguros de leitura e estudo. Este olhar reflexivo contribuirá para que os futuros jovens desenvolvam habilidades e competências que os tornarão menos passivos e mais questionadores com o que acessam no mundo virtual.

São muitos os novos desafios na educação das crianças e jovens para 2021, mas um grande passo foi dado, o entendimento que, a pandemia, com todas as suas graves e tristes dificuldades, houve também uma mudança radical no entendimento de como o ensinar e o aprender podem se desenvolver. Do quadro e caderno, passamos para os recursos tecnológicos, do ensino estritamente presencial para o ensino híbrido, mudanças que mostraram que é possível fazer diferente e que as crianças precisam deste espaço virtual para abrir as portas do conhecimento. No entanto, vale ressaltar que nada substitui o calor humano, o olho no olho e o afago de aprovação após uma descoberta ou uma participação significativa durante a aula.

Neste início de ano ainda incerto, já temos uma certeza: nada substitui a presença, o sorriso e a abraço da saudade.


Nota do Editor: Claudia Hashimoto, coordenadora do Ensino Fundamental do Colégio Marista de Maringá (www.colegiosmaristas.com.br).

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