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Opinião
27/10/2020 - 06h35
A Covid-19 e o eleitorado
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A insana, desumana e inaceitável politização da pandemia, amedronta a maioria dos brasileiros - que assiste tudo sem saber exatamente o que realmente ocorre e ao agravamento do quadro sem ter idéia de quem está certo ou errado - é um mal que pode ter provocado mortes e outros problemas, e tem de ser esclarecido. Pouco se conhece sobre a Covid-19 e existem informes para todo gosto, inclusive de que o “fica em casa”, patrocinado pelos governadores e prefeitos com o apoio do Supremo Tribunal Federal, fez mais mal do que bem. O professor Michael Levitt, da Universidade de Stanford (Califórnia - EUA), vencedor de um prêmio Nobel de química em 2013, adverte que o lockdown, fechamento do comércio e outras restrições como meio de combater o coronavírus é uma perda de tempo e pode matar mais pessoas. Uma carta assinada por 3 mil pesquisadores, 4 mil médicos e 65 mil pessoas, divulgada internacionalmente no começo do mês, prega o isolamento apenas de idosos e pessoas do grupo de risco para a Covid-19.

Agora surge outra rusga. O governador João Dória insiste em comprar as vacinas da China e o presidente Jair Bolsonaro desautoriza a compra (que seria com dinheiro federal), sob o argumento de que ainda não há nenhuma vacina em condições de ser aplicada à população. Mas o pior pode ainda acontecer. Governadores, prefeitos e partidos adversários do presidente pretendem ir ao STF para, da mesma forma que conseguiram apoio para a quarentena, reivindicar autoridade a estados e municípios para obrigar suas populações a se vacinar, com o que Bolsonaro não concorda. Independente de posições e interesses políticos, partidários, econômicos ou ideológicos, é bom todos considerarem que, por mais força que tenha, não cabe ao STF decidir sobre a questão. Qualquer vacina, para ser aplicada no Brasil, tem de receber o laudo e a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que, com suas atribuições e credenciais técnicas e burocráticas, é a última instância no setor, uma espécie de “STF dos medicamentos”. Sem sua chancela, não!

É preciso cautela. Além de esclarecer técnica e cientificamente as dúvidas sobre o já praticado isolamento da população e suspensão das atividades, há de se ter clara a situação em que se encontram as vacinas e quando elas estarão disponíveis com a devida segurança. E essa decisão só pode vir da Anvisa. Não de governos, de governantes ou mesmo do Judiciário, que são incompetentes para tal. Antes de se falar em vacinação (obrigatória ou facultativa) é necessário ter a vacina e saber detalhes até hoje desconhecidos de sua ação. O povo jamais poderá ser feito de cobaia.

A política é necessária para a solução dos problemas da sociedade e jamais poderá ser confundida com politicalha. Seus praticantes têm o dever de discutir clara e racionalmente até encontrar a melhor solução. Infelizmente, na questão da Covid-19, o que vemos é a irracionalidade. Não deveriam o presidente, os governadores e os partidos políticos entrar em rota de colisão a ponto de não poderem sentar ao redor de uma mesma mesa e buscar o ponto de equilíbrio. O povo, grande prejudicado nessa queda de braços, terá a oportunidade, quiçá o dever, de manifestar sua opinião nas eleições de prefeito que ocorrerão nos dias 15 e 29 de novembro. Se concorda com o que seus prefeitos hoje candidatos à reeleição vêm fazendo, votar nele; mas se tiver dúvidas ou discordar, chegou a hora de dar um grande “não” para evitar que o errante continue fazendo o que a população não aceita. E que esse comportamento seja repetido em 2022, quando o presidente da República e os governadores estiverem pedindo os votos de reeleição. Os eleitos têm respeitar a opinião do povo ou, então, pagar o preço da impopularidade.

Apenas para concluir. Tratar politicamente e eleitoralmente esse problema, que já adoeceu 5,3 milhões e custou a vida de mais de 155 mil brasileiros, além de dolosa, é uma grande irresponsabilidade.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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