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Arte e Cultura
15/01/2020 - 07h17
Faça-se a música!
Florinda Cerdeira Pimentel
 

Benditas são as mentes criadoras que combinam sons e silêncio e os transformam em música.

Mas o que inspira a mente de um compositor?

A resposta vem das mais diversas origens. As mulheres inspiravam e continuam inspirando os compositores em suas criações: basta lembrar que temos a Amélia, a Luísa, a Isabela, a Gabriela, a garota misteriosa de Ipanema e tantas outras musas inspiradoras, sem deixar de citar a Ana Júlia e aquela, cujo nome é Jennifer.

Alguns buscam sua motivação na política, protestam contra injustiças, contra a corrupção, contra a vida dura da população. Outros, simplesmente deixam a mente fluir e o que sair, saiu. Muitos falam de amor, cantam o amor, tocam o amor e quanta beleza existe quando se traduz o amor em música!

A música nem sempre necessita de palavras, a própria combinação de sons e silêncio é capaz de impactar o ouvinte. Pode-se fazer a experiência de colocar um fone de ouvido e se deixar levar por uma música instrumental, um jazz ou uma música clássica e realizar uma viagem incrível que pode variar dependendo do estado de espírito do ouvinte. Quem promove essa experiência sensorial é o compositor, que com muita sensibilidade, converte símbolos musicais em melodias, ritmos e harmonias, dando vida a histórias das mais variadas situações.

Em 15 de janeiro, comemora-se o seu dia. Mas afinal, qual é o perfil do compositor, existem parâmetros que o defina? Sabemos que existe a profissão do compositor, o músico que estuda toda a fundamentação teórica que envolve a produção de uma obra musical. Mas e quem não tem conhecimento teórico, não sabe ler uma partitura, porém compõe músicas mesmo assim, pode ser considerado um compositor?

Por que não?

Pensem em quantas mães e avós criam cantigas para embalar suas crianças, quantas pessoas criavam e ainda criam músicas para se inspirar durante o trabalho, quantos professores compõem canções, paródias, melodias para facilitar o entendimento de seus alunos em seu aprendizado.

E os bebês quando se comunicam através de seus balbucios melodiosos não são compositores de sua própria linguagem? Segundo a atriz e diretora americana Phylicia Rashad, “antes de uma criança começar a falar, ela canta”. Considerando essa reflexão, pode-se dizer que o desejo de compor faz parte da expressão humana desde a mais tenra idade.

Existem músicas para tudo, tudo mesmo! E nem toda música foi criada por um profissional. Sendo assim pode-se afirmar que todos somos compositores, desde que surja uma ideia, uma necessidade, um pretexto qualquer que desperte o fazer musical.


Nota do Editor: Florinda Cerdeira Pimentel é professora mestre no curso de Licenciatura em Música do Centro Universitário Internacional Uninter.

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