26/04/2024  10h58
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
14/10/2019 - 06h53
Bolsonaro, o PSL e os partidos
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A briga do presidente Jair Bolsonaro com o presidente do PSL é apenas mais uma entre milhares de desavenças de filiados e dirigentes partidários. É diferente apenas porque, desta vez, um dos pólos é o presidente da República, um político que nunca teve apego a siglas (tanto que em suas três décadas de mandato, de vereador e deputado federal, passou por nove partidos de diferentes tendências). Em vez da salutar reunião de cidadãos com os mesmos ideais, os partidos políticos brasileiros desenvolveram-se como verdadeiros cartórios, sem os quais infelizmente ninguém pode ser candidato. No lugar de se autossustentar ou serem mantidos pela contribuição dos filiados, são custeados pelo dinheiro público do Fundo Partidário, tem seus “donos” e pairam no meio dúvidas quanto à malversação de recursos. Tanto que uma das profissões mais rentáveis deste país é ser advogado de partido político.

O Brasil possui atualmente 35 partidos políticos registrados e outros 75 em fase de formação, segundo informa o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para constituir um partido, basta os interessados colherem as assinaturas de 101 fundadores com domicílio em pelo menos um terço dos estados, registrar o estatuto no Cartório de Registro Civil e comunicar o TSE. Em seguida há toda a tramitação processual e aqueles que estiverem homologados até 6 meses antes das eleições, podem apresentar candidatos, desfrutar das prerrogativas e cumprir obrigações.

No passar dos anos, leis e regulamentos restritivos foram criados, entre outras finalidades, para evitar o abuso do poder econômico pelos candidatos ricos em prejuízo dos pobres. Muitas dessas restrições são de difícil cumprimento e ignoram a realidade econômica e de custos das campanhas. Isso ensejou irregularidades como o Mensalão, o Petrolão, Eletrolão e outros esquemas que saquearam os cofres do governo e empresas estatais e destinaram o dinheiro para o custeio eleitoral. Além disso, há a dúvida, justificada ou não, de que dirigentes vivem às custas dos partidos. O que se vê hoje é o presidente da Republica, o filiado mais importante do PSL, anunciando uma auditoria para saber o que o partido fez das verbas públicas recebidas ao longo dos últimos cinco anos. Essa suspeita é grave e, se ocorre ali, certamente poderia também ser praticada em outros partidos.

Além das mudanças já em curso - da previdência, tributária e administrativa -, o país carece da reforma política. E dentro da reforma política, é preciso rever a constituição, a função, a utilidade, os direitos e as obrigações dos partidos políticos. Espera-se que Bolsonaro, até a partir da própria experiência, faça uma proposta coerente, justa e aceitável. Os partidos não devem continuar existindo como cartórios mantidos com dinheiro público e nem em tão elevado número, sob pena de a maioria não ter a menor condição de eleger representantes mas consumir elevadas somas de dinheiro resultante dos impostos arrecadados. O ideal seria que o partido fosse sustentado exclusivamente pelos seus filiados, da mesma forma que ocorre com um clube social ou um sindicato (depois da minireforma feita pelo governo Temer). A verba pública tem de ser reservada para finalidades mais nobres e exclusivamente voltadas às necessidades da população...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.