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Opinião
14/06/2019 - 07h11
O que fizemos?
José Luiz Boromelo
 

Esse questionamento resume o sentimento presente atualmente em significativa parcela dos eleitores do País, que optaram por conduzir ao poder um representante da chamada extrema direita. Foi para evitar um “mal maior”, uma justificativa pronta daqueles que queriam o PT bem longe da presidência. Outros se consideravam, às vésperas do pleito eleitoral de 2018 “entre a cruz e a espada”, visto que os candidatos ao cargo maior da República deixavam a desejar em suas participações nos debates promovidos pelos meios de comunicação, com desempenhos pífios diante das câmeras. Nem as figuras conhecidas do meio político, expoentes e veteranos de campanhas eleitorais escaparam do “crivo democrático”, uma vez que a destinação do voto foi amplamente motivada pela emoção dos acontecimentos e não pela razão. Maldita hora em que o “inimputável” Adélio Bispo de Oliveira decidiu perpetrar seu tresloucado ato criminoso, carregando consigo as esperanças do povo brasileiro. Aquele triste acontecimento selou o destino da nação, agora à mercê das estripulias do “mito” verde-amarelo, devidamente escoltado pela tríade prole, de posturas pouco puritanas.

Desde sempre em sua vida pública o capitão se mostrou intransigente e polêmico. Parlamentar sem expressão na Câmara dos Deputados (integrante do conhecido “baixo clero”), por mais de duas décadas e meia protagonizou entreveros dos mais diversos e inusitados. Essa característica o levou a situações de embates recorrentes com seus pares, imprensa e desafetos com um comportamento nada republicano, inaceitável por parte daqueles que transitoriamente representam os interesses da coletividade. O posicionamento excessivamente agressivo o tem acompanhado no exercício do cargo. Com o agravante de que agora a retórica do passado incorporou o poder presidencial da caneta Bic materializada por decretos-lei, mesmo que em algum momento futuro o Congresso venha a dar seu parecer final. O rol de excentricidades do autoproclamado impoluto aumenta a cada dia. Começou com a sanha desenfreada em cumprir promessas de campanha eleitoral, estabelecendo a flexibilização das regras para o porte e a posse de armas de fogo. Essa iniciativa belicosa trará consequências nefastas para a sociedade. Sua Excelência ainda garantiu veementemente em rede nacional, a interrupção da fiscalização por radares em vias públicas; a desobrigação do uso de cadeirinhas no transporte de crianças; o aumento na validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e na pontuação em caso de infração de trânsito; a extinção do exame toxicológico para a expedição de CNH de categoria profissional (C, D e E); e ainda a abrandamento das punições previstas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), iniciativas que, de maneira geral, vêm a beneficiar os infratores contumazes, aqueles que diariamente colocam a vida de pessoas inocentes em risco. Agora Bolsonaro, acometido por mais um de seus devaneios febris, imagina ter o poder de criar uma moeda única entre Brasil e Argentina, apelidada de peso-real.

Pelo jeito, o ar condicionado do Palácio do Planalto está comprometendo e limitando sobremaneira a capacidade intelectual do ocupante da cadeira presidencial. É inadmissível que sua assessoria não tenha sensibilidade suficiente para identificar e refrear de imediato seus arroubos pueris, resquícios de épocas em que, inexpressivo politicamente, se submetia ao jugo dos dirigentes partidários. Jair Messias Bolsonaro deve tomar tento da real situação do País e governar para o povo, buscando viabilizar medidas efetivas para o desenvolvimento e o crescimento econômico. Enquanto isso não acontece, a constatação do erro nas urnas fica mais evidente e o ceticismo se faz presente. Então, o que foi mesmo que fizemos?


Nota do Editor: José Luiz Boromelo, escritor e cronista em Marialva, PR.

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