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Educação
23/05/2019 - 06h28
Uma ligação. Uma certeza: a escola está na UTI
Raphaela Ribas Lupion Gubert
 

Recentemente recebi uma ligação da professora do meu filho por conta de um bilhete que coloquei na agenda relatando que ele esquecia com frequência o livro na escola e não conseguíamos realizar as tarefas. No decorrer da conversa, aproveitei para perguntar como ele tinha se saído em sua primeira prova - ele tinha 6 anos na época. A professora prontamente me contou que ele é uma criança muito rápida, inteligente, e que, apesar de toda a sua agitação, foi muito bem, antes mesmo dela terminar de entregar a prova à turma - o combinado foi que eles fariam a prova juntos -, ele já tinha terminado.

Não preciso contar o que aconteceu, não é? Ele, como toda criança ativa, híbrida e amplamente conectada com mundo, não ficou sentado em sua cadeira esperando os outros terminarem. Levantou-se e foi conversar com seus colegas. Porém, era o momento da prova e ele atrapalhou a dinâmica da turma. Nesse instante, interrompi a professora ao telefone e imediatamente perguntei: você tinha outras atividades preparadas para crianças que finalizavam as provas, certo? Novamente, o esperado: não, ela não tinha. Fez-se um silêncio no telefone, respirei fundo e disse: sugiro que das próximas vezes que precisar que ele fique sentado, quieto e concentrado lhe dê tarefas. Criança que “trabalha”, não dá trabalho.

Ainda encontramos escolas que enfileiram seus mais de 35 alunos e que organizam seus projetos de trabalho por meio de aulas expositivas e provas. Já passou a hora da escola se reinventar. Por que a escola tem tanta dificuldade de inovar? Vivemos o tempo da educação 4.0, do aprender fazendo, da internet das coisas, da inteligência artificial, dos robôs e das crianças e jovens ultraconectados, autênticos, adaptáveis e extremamente criativos, que pesquisam por meio de vídeos no YouTube, vivem num mundo sem fronteiras geográficas, usam Uber e Airbnb.

A escola para essa geração precisa ser um espaço vivo, colaborativo, que valorize o seu protagonismo e lhe proporcione experiências valorosas de vida e de aprendizado. O professor precisa ser um tutor que guie o aluno pelas trilhas personalizadas que promoverão seu aprendizado. As metodologias devem ser ativas, com estratégias que desenvolvam a integralidade do estudante. A avaliação, uma ferramenta que oriente o professor, o tutor, na construção de novos caminhos e trilhas para a promulgação e valorização do aprender a aprender. Ou seja, a escola para a geração Y e Alpha precisa olhar o futuro e pensar: o que preciso desenvolver para que meus alunos sejam profissionais de sucesso daqui 20 anos?

E como estará o mundo? Os cientistas e os Jetsons nos fornecem pistas, mas não nos garantem um cenário - ou seja, estamos formando crianças para um mercado de trabalho incerto. O que dará alta para a escola da UTI? A construção de espaços inovadores que permitam o desenvolvimento da autonomia, da criticidade, da criatividade, da ética e da moral, para que lá em meados de 2034 meu filho, que a propósito tirou 10 na prova, saiba conviver em uma cidade tal qual a de Orbit City.


Nota do Editor: Raphaela Ribas Lupion Gubert é coordenadora pedagógica das Escolas Confessionais do Sistema Positivo de Ensino no Brasil.

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