Fatores como teor alcoólico, índice de acidez e envelhecimento são essenciais para a combinação
Genuinamente brasileira, a cachaça é uma bebida que, assim como o vinho, pode ser utilizada na harmonização com diferentes tipos de pratos, desde os mais simples até os mais rebuscados. Apesar de não ser uma prática tão difundida no mercado gastronômico, é um hábito que vem ganhando o gosto dos brasileiros com o passar dos anos. Para não errar nas combinações, separamos algumas dicas de Julio Bertolucci, diretor de franquias da Água Doce Sabores do Brasil, rede de franquia de alimentação. Os 78 restaurantes da marca apresentam pratos típicos com um toque caseiro e regional, porções generosas, drinques criativos com ou sem álcool, além de uma carta extensa com opções variadas das melhores cachaças brasileiras. Atualmente, a harmonização com a cachaça, em específico, é uma prática muito aceita pelos consumidores. Neste caso, pratos com acento tropeiro, como linguiças, torresmos, carnes suínas e tutu de feijão, se encaixam bem com uma boa cachaça. Segundo Bertolucci, há dois tipos básicos de harmonização: por semelhança, com uma cachaça suave com pratos mais suaves ou cachaças adocicadas com pratos agridoces; ou contraposição, apostando no contraste, ou seja, uma cachaça mais ácida com pratos adocicados. Para que a bebida possa valorizar a comida é preciso levar alguns fatores em consideração, como o teor alcoólico, o índice de acidez, os sabores, o aroma e o tipo de envelhecimento. “Outra questão que pesa muito é o tipo de madeira utilizada na fabricação, pois isso traz uma modificação química e sensorial na cachaça, além de contribuir com aromas, cores e sabores. O processo de envelhecimento é feito de acordo com cada tipo de madeira utilizada, sendo que as mais comuns são Carvalho, Amburana e Balsamo. Isso influencia diretamente no produto final, pois cada madeira cria sabores diferenciados e amoras frutados”, revela o diretor da Água Doce Sabores do Brasil. Com base nestas informações, é possível indicar quais alimentos combinam mais. No caso das cachaças neutras, que apresentam aspecto cristalino e não passam pelo processo de envelhecimento, os pratos mais indicados são: iscas de tilápia, tilápia ao molho de camarão, casquinha de siri, bolinho de bacalhau, camarão crocante, salmão de água doce, saladas, queijo provolone e tilápia crocante. Já no caso das cachaças que passam pelo processo de envelhecimento em tonéis madeiras, é preciso levar em consideração o tipo de madeira utilizado para escolher o prato para harmonização. As cachaças envelhecidas no Balsamo, por exemplo, combinam com filé-mignon com gorgonzola, picadinho de carne e picanha na chapa. A Amburana pode ser perfeita quando a opção é um bolinho de carne de sol, bolinho de mandioca recheado, chapa mista de carne e, por incrível que pareça, até mesmo com sobremesas. O Carvalho, por sua vez, pode ser harmonizado com pratos como escondidinho, costelinha suína, torresmo e carne de sol.
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