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Crônicas
09/01/2019 - 06h49
Dona Lucinha
Leandro Silva
 

Era uma mulher à frente do seu tempo. Moradora há décadas de Nilópolis - mais conhecida como a princesinha da baixada. Lucinha era uma mulher de talentos. No meio desses talentos, destaque para o seu olhar humano em relação ao outro. Não gozava de um estereótipo estupendo, mas tinha uma notoriedade entre todas as demais. Lucinha era desprovida de formação acadêmica, mas era uma mestra em projetar alguns eventos que, em sua maioria, tinha como objetivo promover uma interação entre todos os seus liderados (jovens). Os jovens daquela época tinham a casa de Lucinha como refúgio. Sentávamos na varanda ligada à sua cozinha para, em muitos casos, degustar de um café inspirador. Nesse recanto, onde os visitantes eram assíduos, conversávamos sobre múltiplos assuntos - dos conflitos da adolescência à empatia em relação ao outro. Era nessa varanda que, muitas vezes, após inúmeras prosas, as ideias brotavam do imaginário das pessoas que ali estavam. Transformávamos os reveses da vida, nessa guarita, em roteiros adaptados para algumas peças teatrais.

Ela era visionária. Conseguia constatar, no outro, suas habilidades e competências. Foi por meio dela que, até a presente data, desenvolvo meu ofício no que tange à liderança interpessoal. Seus liderados, a começar por mim, nos anos em que estive congregando na “bleia”, aprenderam a arte da liderança democrática - por meio do diálogo e, sobretudo, com muita responsabilidade.

Sua atuação frente aos jovens do grupo Avante Por Cristo, uns mais enigmáticos que os outros, sempre foi realizada por meio de uma visão humanista. Ela, mesmo com as suas problemáticas, acreditava que seu plano de ação, quanto à vida dos seus coordenados, poderia modificar, em um dado momento, a vida deles. Seu empenho era contagiante. Enquanto esteve aqui, neste mundo repleto de pessoas ególatras, além da sua visão estratégica, ela se destacava pela sua simplicidade em conduzir, com maestria, seu ofício em formar novos líderes.

Hoje somos muitos. Uns, professores; outros, marinheiros, jornalistas, psicólogos, advogados, homens e mulheres honrados; e, acima disso tudo, com uma base familiar sólida. No albergue da família Reis, os agregados eram tratados como gente nobre.

Então, dona Lucinha, ficam aqui meus singelos agradecimentos.

Obrigado!!!


Nota do Editor: Leandro Silva, 35 anos, é, modéstia à parte, caxiense, casado com Aline Junior, autor do livro “Pais e Filhos”, Professor pela Universidade Gama Filho/RJ; Cursando a 2ª Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Braz Cubas/SP; Técnico em Secretaria Escolar; Coordenador Pedagógico. Amante da literatura brasileira, do jornalismo investigativo, teatro e comida caseira.

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