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Opinião
19/11/2018 - 07h03
Os médicos cubanos e a saúde no Brasil
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A saída dos médicos cubanos é apenas o começo da solução para a vergonhosa dependência ideológica e até cultural a que governos irresponsáveis submeteram a população. Nada contra os profissionais cubanos, explorados pela neo-escravidão onde 75% dos seus rendimentos são confiscados pela ditadura de seu país. Mas tudo de reprova à postura do governo brasileiro que, em 2014, ao instituir o “Mais Médicos”, concordou em pagar os serviços ao governo da ilha e não aos que vieram aqui trabalhar e, pior ainda, abriu mão do teste de capacitação, exigido para médicos de todos os outros países e até para os brasileiros formados no exterior. Faz bem o futuro governo ao abrir a possibilidade de asilo aos cubanos que desejarem (ou puderem) romper com seu país e passar a viver e trabalhar livremente em território brasileiro.

A saída abrupta dos 8 mil profissionais vai trazer problemas imediatos. É preciso que a União, os estados e os municípios adotem medidas reparadoras. Que o impacto seja trabalhado de forma racional e, principalmente, sem viés político-ideológico. Todos os envolvidos têm de ver à sua frente apenas a questão objetiva: suprir a necessidade de atendimento à população. Lembrar que, mesmo com a presença dos cubanos, o povo não tem hoje o socorro médico previsto no pomposo artigo 196 da Constituição, que reza: “A saúde é direito de todos e dever do Estado”.

Partindo da premissa de que o país forma 20 mil médicos por ano, não parece ser difícil suprir as 8 mil vagas abertas. Além dos formados localmente, existem os brasileiros diplomados no exterior e profissionais dos outros países, que também podem se candidatar aos postos. Nas Forças Armadas e nas Polícias Militares, quando um candidato entra para os cursos preparatórios, já sabe que, ao final, será classificado para prestar serviços em qualquer ponto do território sob jurisdição da instituição e lá deverá permanecer por um tempo determinado. Seria salutar se o mesmo critério fosse empregado aos que ingressam nos cursos de Medicina, Enfermagem, Farmácia e de outras áreas em escolas públicas ou custeados por bolsas oficiais. A legislação deveria estabelecer que, formado, ele seja classificado para prestar serviços onde falte profissional de sua especialidade, recebendo salário de mercado (no caso do médico, os R$ 11 mil) e tenha a possibilidade de, findo o período compulsório, ali permanecer se essa for sua vontade. Em vez de pagar intermináveis financiamentos de bolsas, esta seria a melhor a retribuição à sociedade pelos investimentos na sua formação e, com certeza, supriria até os grotões com a mão-de-obra hoje escassa ou inexistente.

Além de deixar de financiar a ditadura cubana, o governo ainda deverá ter outra importante fonte de recursos para o novo “Mais Médicos”. Poderá destinar ao programa parte da economia resultante da exoneração dos milhares de cabos eleitorais, afilhados políticos, parentes e assemelhados que incham as repartições e nada produzem. Essa é uma das vantagens de um governo que não precisou fazer barganhas para se eleger...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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