Naquela tarde eu estava tão feliz, acabara de ver um céu todo azul, caminhava numa praça onde sabiás-laranjeiras cantavam e estavam dando aqueles seus graciosos pulinhos pelos jardins. Eu caminhava assim até a biblioteca para continuar a leitura do livro policial ‘Máscara Traiçoeira’, da escritora norte americana, Leslie Edgley. Antes de começar a subir os degraus que antecedem a entrada principal, notei um senhor encostado à pilastra. Ele estava com a tristeza estampada em seu rosto. Não sei por qual razão, mas olhei para ele e sorri. Ele arregalou os olhos como que surpreso, e depois de uns segundos libertou um sorriso. Muitas vezes que entro sorrindo em algum lugar, noto que num instante alguém sorri. Quando isso acontece, começo a pensar: Será que esse alguém estava aguardando um sorriso, um simples sorriso para ele poder continuar a viver? Parece que esse sorriso é igual a uma borboleta que passa a voar, mostrando em suas asas as mais belas cores. Essa borboleta faz com que a pessoa esqueça um pouco das tristezas, e pense que dias melhores poderão vir.