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Opinião
17/10/2018 - 07h28
Novíssimas máximas do seu Arsênico
Dartagnan da Silva Zanela
 

Salve, salve amados! Fim de semana fui visitar o seu Arsênico, meu velho e bom amigo e, é claro, que ele saiu com as dele, como sempre. Aí, pra não perder a oportunidade de azucrinar, trouxe aqui uma pequena amostra de seus ditos, não escritos, para sua degustação.

[1] Se santo de casa não faz milagre meu filho, quem o diga esse diabedo todo que, de quatro em quatro anos, mostra sua cara nesses santinhos.

[2] Socialismo no dos outros é refresco, no da gente é Cuba.

[3] Eleição não é brincadeira não, mas é divertida. Depois que ela acaba a gente chora e passa raiva por quatro anos.

[4] Quem não é capaz de amar o próximo por meio de pequenos gestos anônimos é incapaz de amar qualquer um através de atos encenados publicamente e midiaticamente comunicados.

[5] Qualquer um que adote, como parâmetro moral e político de sua vida, a satisfação e o desagrado de seus afetos caprichosos como se fosse a expressão máxima daquilo que seria o “bem” e o “mal”, com ou sem o perdão da palavra, esse caboclo não seria uma criatura digno de um pingo de respeito. De dó, sim, é claro; mas de respeito, não. Não mesmo.

[6] Quando moleque, se eu aprontasse alguma coisa, além de levar aquela bronca, junto com uma sova de cinta, chinelo ou vara de marmelo, minha mãe sempre me dizia: “se você quer aparecer piá, pinte o fiote de vermelho e suba num poste!”

Não era apenas a minha mãe que dizia isso. Todas as mães das décadas de 70 e 80 diziam. Todas. Todas as boas mães, é claro.

Naquele tempo a gente entendia que elas estavam tirando uma com a nossa cara depois da bronca e da sova que nos davam, mas, ao que tudo indica, não são poucos os indivíduos que encararam o esporro como um tipo de conselho a ser seguido.

Isso mesmo. Vira e mexe, somos brindados com as imagens de indivíduos pelados com o fiote e o corpo todinho pintado.

Pior! Uns chamam isso de arte, outros de manifestação cidadã e, ainda, há aqueles que dizem que tais atos seriam um misto das duas coisas.

E não é apenas isso não. Todo aquele que disser o contrário, digo, todo aquele que ousar descrever o óbvio ululante será, de imediato, rotulado como fascista, machista, sexista, homofóbico, racista e o caramba a quatro.

Enfim, ao que tudo indica, para essa gente a insanidade passou a ser a regra de moralidade maior e a demência a norma cidadã por excelência.

[7] Tudo bem, todo mundo tem direito de pagar mico e, enquanto direito, respeito. Sei que isso faz parte da democracia. Aliás, o que seria dum pleito eleitoral sem as micagens, não é mesmo? Porém tigrão, esse direito, como todos os outros, pode ser desfrutado, mas não deve ser abusado. Entendeu? Que bom.

[8] Cuidado com esse negócio de ficar encima do muro. Cuidado porque, além de ser uma baita frescura, você pode escorregar, virar, bater a nuca e acabar acordando em Cuba.

[9] Dizem por aí que opinião é igual bunda. Cada um tem a sua e, presume-se, que cada qual saiba muito bem o que fazer com ela. Agora, há aqueles que creem ser a bunda algo equivalente a uma opinião. Por isso, quando alguns ouvem que todos tem direito a manifestar a sua opinião sobre algo ou alguém, mais do que depressa uma chusma desse naipe aparece publicamente, e em rede nacional, mostrando e balançando seus barangandãs democraticamente. Parece até piada, mas, como todos nós sabemos, é mais ou menos assim que a banda anda tocando ultimamente.

[10] Não procure atalhos, procure apenas seguir Aquele que é o caminho. O caminho, a verdade e a vida.

[11] Ficar rotulando os adversários de nazistas, a torto e a direito, além de ser uma baita leviandade, é um grande desrespeito pela inteligência das pessoas e, principalmente, pela memória das vítimas do holocausto.


Nota do Editor: Dartagnan da Silva Zanela é professor e ensaísta. Autor dos livros: Sofia Perennis, O Ponto Arquimédico, A Boa Luta, In Foro Conscientiae e Nas Mãos de Cronos - ensaios sociológicos; mantém o site Falsum committit, qui verum tacet.
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