Embora o voto eletrônico possa parecer muito natural nos dias atuais, dado o aumento do uso da tecnologia em quase todos os campos e algumas vantagens evidentes em relação ao sistema tradicional, há aqueles que se opõem à sua utilização, especialmente por considerá-lo vulnerável a fraudes. Essas pessoas acabam de ter seus argumentos reforçados pelo recém divulgado relatório “Securing the Vote - Protecting American Democacy”, elaborado conjuntamente pelas academias americanas de Ciências, Engenharia e Medicina. O documento, que demandou dois anos de estudos, foi elaborado por um comitê que reuniu especialistas em computação, segurança, legislação, ciências sociais e outros, faz recomendações expressas no sentido de que, nas eleições, em todos os níveis, sejam utilizadas cédulas em papel, contadas manualmente, embora se admita o uso, com cautela, de alguns equipamentos auxiliares como scanners para acelerar a contagem. O relatório recomenda também que a votação pela internet, cuja introdução vinha sendo estudada, não seja adotada, ao menos por enquanto. Todas essas recomendações são feitas por entender o comitê que a tecnologia hoje disponível para voto eletrônico ainda não oferece segurança suficiente contra fraudes na contagem e contra a quebra do sigilo do voto.
O relatório termina propondo que estudos referentes ao assunto continuem sendo desenvolvidos, mas dando ênfase aos aspectos ligados à segurança. Nota do Editor: Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
|