Neste fim de noite de sexta-feira confesso que esperava mais da lua cor de sangue, mas estava linda, mesmo sem a cor de sangue, a que vi era prata, muito brilhante, mas valeu, a lua sempre vai me fascinar. E priu. Vamos ao assunto desta mal traçada. Da mesma forma que detesto a arrogância dos pretensiosos, admiro os que têm a humildade de reconhecer a superioridade dos outros. Qual o problema de não admitir que outra pessoa faz algo melhor que você? Humildade, sejamos sinceros, não arranca tampo de ninguém. Não que não valorizemos o que produzimos, o que fazemos, aquilo que realizamos e acreditamos que fizemos bem feito. Tem mais: desejar ser reconhecido pelos seus méritos é algo absolutamente normal. O que não se admite, penso eu, é negar que A ou B tem mais talento nisso ou naquilo, que fulano é melhor que a gente e priu. Há pessoas - conheço algumas - que são tão obtusas e radicais, além de babacas, que se negam até de ver, tomar conhecimento, constatar o que fez alguém, apenas porque sabe que esse alguém faz melhor, é mais talentoso, mais vocacionado. É inveja, besteira, vaidade imbecil. Graças a Deus nunca tive problema em reconhecer a superioridade alheia. Pelo contrário: reconheço e dou testemunho. Mas talvez eu seja humilde porque não possua talento, se possuísse talvez virasse cu doce (aqui no sertão vaidoso é apelidado de cu doce). Mas não, continuaria humilde porque acho, repito, que humildade não arranca tampo de ninguém. Sou um véio caduco que gosta de reconhecer os feitos dos outros. Juro. Inté.
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