José Ronaldo dos Santos | |
Viajei por outras terras nem tão perto assim; Voltei porque o lugar da gente é o lugar da gente. Vi belezas de todo tipo, mas nunca comparadas com as daqui, do meu povo. Após décadas de ocupação desenfreada, Motivada pela especulação imobiliária, A minha terra rapidamente se enfeia. Também feias vão se tornando as pessoas! Tudo vai se enfeiando! Aquele rio, o da Toca do Bagre, De Jundiaquara nada restou. E o canal de esgoto de vez em quando transborda sobre o Itaguá. O rio Tavares, batizado no terreiro do Velho Raié, Tem um colar de lixo deixado por gente enfeiada: Está esperando a chuva que levará tudo para o mar. “É uma jangada de porcariada!”. A água do Velho Lucindo está podre, Se retorcendo e alcançando a praia, Onde tantas puxadas de rede E tantos caiçaras (Florindo, Aládio, Tibúrcio Mesquita...) labutaram. É! O mar tá pra esgoto e lixo ! O mar não tá pra peixe!
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