Dia de magia alquímica no grande oceano do planeta. Uma onda gigante e mansa como uma mãe que amamenta formou-se nas lindes do horizonte e serviu de palco à festa encantada. Gaivotas pousaram suavemente, sem fome, apenas para emitir seus acordes líricos que os habitantes do mar conheciam ao vir ao palco fantástico. Baleias, tubarões, garoupas que deixaram as pedras, robalos, namorados, muitos namorados, pescadas que naquele dia não seriam pescadas pelos navios dos homens atônitos que admiravam o espetáculo inaudito. Delfins se ocuparam de redigir uma mínima lei. Veio a noite e o teatro do mar ficou na memória de seu povo que por um dia teve uma centelha da paz; dia em que Poseidón, Juno e Éris enraivecidos não deflagraram suas tempestades, seu ventos de ódio, envergonhados se recolheram a seus ninhos escondidos. Escreveram profetas que foi uma mensagem aos humanos. Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado especialista em Direito Constitucional, Civil, Tributário e Coletivo do Trabalho e fundador da Garrido de Paula Advocacia. É autor do livro Universo Invisível e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.
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