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Crônicas
16/08/2018 - 05h43
Fifa! Viva!
Marina Alves
 

A Copa se foi e nem saudade deixou: o Brasil perdeu, desta vez nem foi tão feio, mas o hexa virou pó, se diluiu e caiu no esquecimento: não sei se é só comigo, mas a expectativa nem foi tanta, e a dor só os próximos dez minutos pós-derrota. Pudera! Com esse Brasil bagunçado do jeito que tá, haja coração, mas é pra aguentar os trancos de todo dia.

Copa perdida e nem sei por que estou falando sobre. Mentira! Eu sei. É porque vi a foto de certo Messinho que me encanta de verdade e me pus a lembrar algumas coisinhas. E digo: nada é tão ruim que não deixe algum valor. A corrida pela taça, acaba sendo tempo de bastante aprendizagem para as crianças. E foi neste calor Copal que Francisco, meu neto de cinco anos, descobriu o futebol. Mamãe fez o álbum, papai sentou pra explicar o jogo e o pequeno se apaixonou.

Francisquinho se interessou por bolas, times, bandeiras dos Países, seleções do mundo inteiro. Aprendeu uma matemática absurda, antecipando muitos anos de sala de aula. Aprendeu a narrar no estilo Galvão Bueno e não tá nem aí pra ausência de público pagante e arquibancadas lotadas: o importante mesmo é a impostação da voz até “dona redondinha” balançar a rede e o grito de gol ecoar nos mais íntimos rincões da casa.

Outra coisa: o menininho virou fã de Messi, o astro argentino das verdes arenas e bola na rede, que fez e faz história no mundo futebolístico. Pois bem, a saída precoce da Argentina da Copa foi razão de tristeza. Mandei mensagem pra saber logo após a desclassificação de “Los Hermanos”, e tive notícias do nosso Messi-mirim com lágrimas furtivas pelas faces: muito cedo se aprende que derrotas fazem parte, o que não deixa de ser um duro - mas necessário - aprendizado. Ídolos também caem, se quebram, se despedaçam, e nem sempre são só os dos campos de futebol. O jogo da vida exige dureza e disposição para recomeçar, não apenas de quatro em quatro anos, mas a cada quatro segundos... Ao fim da Copa, Francisco pediu:

- Vó, lê a história do Messi pra mim.

Que vó, em sã consciência, diante de uma lindeza dessa, aguenta firme sem dar uma torcidinha de bochecha, uma beijoca no alto da cabeça e um apertão de doer ossinhos? Nenhuma. Fui à caça de Messi, na Wikipédia, coisa que eu jamais faria por conta própria: não me interesso por “Futebol”, a não ser algum remoto “Vai que é sua Taffarel!” em tempos de torneios que brasileiro nenhum consegue ignorar.

Fui lendo Messi, com o pequeno do lado acompanhando a tela. Ele ainda não sabe ler, mas gosta que eu passe a ponta do dedo sobre o trecho que estou lendo. De repente, ele segurou o meu braço e disse:

- Peraí, vó! Cê não falou FIFA!

- FIFA, tem isso, não! Cadê? - me defendi, pois é claro que a parte entediante eu estava pulando.

Então ele apontou FIFA lá no meio daquele turbilhão de palavras que eu rolava na tela e acrescentou:

- Êh, vó! Cê tá lendo errado, né?

E a descoberta? Não é que o danadinho já estava mesmo reconhecendo palavras como Brasil, Cafu, Messi, Lionel... E FIFA! Viva! Que vó totalmente apaixonada aguenta uma coisa dessa sem dar uma torcidinha nas bochechas, umas beijocas no alto da cabeça e um apertão de quase quebrar ossinhos? Nenhuma!

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