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Opinião
14/07/2018 - 08h17
A crise e as ilhas da fantasia
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

É uma afronta à Nação a existência de 18 empresas estatais operando no vermelho, que consumem R$ 18,2 bilhões anuais do Tesouro e, ainda assim, pagam salários médios mensais de R$ 13,4 mil a cada um de seus 73 mil funcionários. Nem mesmo o governo, inchado por muitos favorecimentos, tem salários são altos. A média de ganho dos servidores públicos é de R$ 10 mil mensais, enquanto o trabalhador comum de carteira assinada ganha R$ 2,2 mil mensais. Lembrando que, pelo setor privado não ter a estabilidade dada ao funcionalismo, o país registra hoje mais de 14 milhões de desempregados que, pelo menos teoricamente, não têm renda. Só os números acima, confrontados, demonstram a grande desigualdade nacional, num país de elevada carga tributária e cujo governo insiste em restringir a previdência social como se isso resolvesse a crise.

A relação das estatais deficitárias inclui desde a Embrapa, um reconhecido centro de pesquisas agrícolas, com dependência de 95% do Tesouro, até a EPL, criada para estudar o frustrado trem-bala (98%), e passa por empresas de desenvolvimento regional, de tecnologia nuclear, trens, hospitais e até EBC, que faz a comunicação do governo. Existem até empresas como a Valec, de trens, cujos diretores são acusados de corrupção. Todas deveriam ser operadas pela iniciativa privada, com regras do mercado e gerando com seu trabalho os recursos para sua subsistência. Mas, estatais, além de praticar salários supervalorizados, ainda são passíveis de absorver os cabos eleitorais, parentes e até amantes de gente influente, tudo pago pelo Tesouro.

Nosso país tem de ser entendido como pronto para o mercado. A montagem de companhias estatais só se justificou na época de implantação da infraestrutura, quando a iniciativa privada não possuía capital ou não se interessava por ali colocar o seu dinheiro. Agora que, apesar de todas as distorções e problemas, somos uma das dez maiores economias do mundo, não há razão para o governo manter empresas. Elas têm de ser transferidas ao particular que a opere e dela tire sua estabilidade e sobrevivência. O dinheiro dos impostos pago pelo contribuinte tem de ser empregado na manutenção das atividades de governo e nos serviços de saúde, educação, segurança e outros que o Estado tem obrigação de prestar ao povo. Se continuarmos sugados pela ineficiência e verminose do empreguismo de luxo, jamais conseguiremos fazer frente à concorrência que nos impõem as grandes potências econômicas do planeta, notadamente a China, que cresce e alarga suas fronteiras econômicas, inclusive para dentro do Brasil.

Enquanto não conseguirmos ter o Estado mínimo, só normatizador, licenciador e fiscalizador, o Brasil não terá jeito. Continuará sendo o reluzente país do futuro e o carrasco do seu povo no presente.


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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