Como a relação entre moradores e as cidades onde vivem será redesenhada para melhor
A população mundial está se tornando cada vez mais urbana. Três milhões de pessoas se mudam para cidades todas as semanas. Atualmente 54% da população já vive em cidades e estima-se que 66% estejam vivendo nestes centros até 2050. Isto significa que o os grandes centros urbanos precisarão ampliar sua capacidade e oferta de serviços de saúde, educação, entretenimento e lazer, entre outros, como forma de tornar estes ambientes lugares interessantes de se viver. Paralelo a isto, o crescimento e disseminação das plataformas digitais móveis alcança números tão surpreendentes quanto. Segundo a GSMA Intelligence, já existem mais celulares e tablets no mundo do que habitantes. Estima-se que enquanto a população mundial seja de 7.19 bilhões de pessoas, os chamados gadgets já chegam a 7.22 bilhões de equipamentos. E o mais impressionante, considerando que duas pessoas nasçam a cada segundo no mundo, a taxa de crescimentos dos gadgets é cinco vezes mais rápida. Da integração destes dois universos estamos presenciando o surgimento de um movimento revolucionário, que está dando forma a uma nova e poderosa indústria que vai transformar o comportamento e a economia das grandes cidades. A indústria das cidades interativas são resultado da disseminação das plataformas digitais, que gradativamente passam a oferecer serviços e benefícios nunca antes imaginados por qualquer cidadão. As experiências já se multiplicam por todo o mundo. Um passeio despretensioso em um parque em Zurique na Suíça, permite que os visitantes munidos de seus celulares interajam com códigos bidimensionais que revelam curiosidades sobre a fauna e flora local. Em Oslo na Noruega, onde o inverno é bastante rigoroso, um sistema de taggs, também acessíveis via celular, permite que os usuários do transporte público saiam de suas casas ou do trabalho, sabendo o tempo e a distância exata que ônibus e trens estão do seu ponto preferido de embarque. Em algumas cidades na Holanda, moradores podem acessar seus prontuários médicos e receber orientações sobre como cuidar melhor da saúde sem terem que permanentemente visitar um hospital. Por este caminho a dinâmica da relação entre moradores e as cidades onde vivem está apenas começando a ser redesenhada para melhor. Exemplos como as experiências citadas acima, fazem parte da epiderme do que vamos ver nos próximos anos. Onde quer que esteja, da forma que preferir, mais do que nunca as cidades vão estar na palma das mãos de seus moradores, permitindo estabelecer uma intimidade que beneficiará a todos, das formas mais variadas. Este cenário vai alterar a referência de tempo, distância e até mesmo de percepção de valor de tudo que nos cerca, mas esta já é outra história. Nota do Editor: Paulo Hansted, é um empreendedor com formação em Marketing na Universidade da Califórnia – Berkeley, nos Estados Unidos. Desenvolvedor do conceito de Cidades Móveis.
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