25/04/2024  02h31
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
17/06/2018 - 07h26
Importa que a coisa ande
Coriolano Xavier
 

Independente do resultado de sua votação em plenário, o Projeto de Lei 3200 (sobre o registro de defensivos agrícolas) deu um passo importantíssimo com relação a tabus que envolviam este assunto e sua relação com a sociedade. Pela primeira vez no país se discutiu com transparência e objetividade a regulamentação para registro de produtos fitossanitários, tudo de forma aberta e colocando em debate propostas para sua modernização.

Pelo próprio histórico de discussões em torno desse tema, muitas vezes a temperatura se elevou. Mas, diria que prevaleceu um senso geral de debate maduro, com argumentos articulados em torno de bases científicas e técnicas, conferindo um sentido de civilidade e construção às contendas. Como, aliás, convém a um país que acredita em suas instituições de participação da sociedade e vem buscando seu fortalecimento e evolução.

Isso tudo, em si, já é um marco nessa questão dos defensivos. E dando uma olhada geral pelos pontos principais do PL 3200, observa-se que podemos estar diante de uma real oportunidade para atualizar a legislação e melhorar a eficiência dos processos de registro. Ela tem cerca de 30 anos e vem de uma época em que a agricultura tinha desafios menores e menos dinâmicos quanto à proteção das lavouras e, também, quanto à produtividade e competitividade.

Entre as sugestões do Projeto de Lei está a proposta de adoção da metodologia de “análise de risco”, nas avaliações de produtos. Uma abordagem científica já utilizada em todo o mundo, com destaque para países de grande representatividade agrícola e maior inteligência fitossanitária acumulada, configurando-se como uma chance para alinhar o sistema brasileiro de registro a conceitos percebidos como de alta efetividade, na agricultura internacional.

Ou, então, propostas levando um novo olhar sobre a coordenação dos processos, visando dar mais agilidade aos registros, que hoje demoram às vezes até 10 anos, desperdiçando uma enorme energia de conhecimento depositada na criação e desenvolvimento de moléculas novas e produtos inovadores, cujos benefícios podem ser até mesmo arrefecidos pela demora atual, em razão da mudança dos desafios sanitários no ambiente de produção.

Tudo nessa vida tem nuances. Sendo o assunto uma modernização, como neste caso, é natural que o debate traga contrapontos. O importante é não se perder o eixo essencial dessa oportunidade de atualização. Mesmo com adendos ou flexibilização de nuances, importa que a coisa ande e o país possa entrar em uma nova era no registro de produtos para defesa vegetal, de preferência pautada por uma visão científica e moderna na sua gestão.


Nota do Editor: Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.