Uma crítica consiste em um julgamento, uma análise ou avaliação de algo ou alguém. Embora na filosofia o termo “crítica” não tivesse na sua origem a ideia de algo necessariamente negativo, a palavra adquiriu esta conotação, e quando falamos de crítica, sempre se considera algo desaprovado. A crítica envolve, pelo menos, duas pessoas: a pessoa emissora da observação e a pessoa receptora de tal observação. Independentemente de como foi emitida a crítica, a pessoa que a recebe pode tomá-la como positiva/aceitável ou como algo negativo, algo “destrutivo”. A forma como a crítica é recebida depende, em grande parte, da maturidade emocional da pessoa, de sua capacidade de filtrar os elementos da crítica, analisá-los friamente e saber separar para si aquilo que considera útil ou produtivo para modificar sua forma de ser. Uma pessoa imatura, com baixa tolerância à frustração, terá uma tendência maior a tomar a observação do outro como negativa ou destrutiva, e simplesmente rechaçá-la integralmente, sequer chegando a considerar que possa ter elementos positivos. O sentimento predominante nestas situações é o de rejeição, como se a crítica do outro abrangesse sua pessoa como um todo, e não um aspecto específico de sua pessoa. Nestes casos, é bem provável que haja necessidade de buscar uma psicoterapia para elaborar melhor suas dificuldades de aceitação das opiniões ou argumentos de outras pessoas. Afinal, todos teremos que lidar com críticas a vida toda! Nota do Editor: Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra e psicanalista. Doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. (CRMSP 34.330)
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