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Crônicas
15/02/2018 - 07h22
Praga no mandiocal
José Ronaldo dos Santos
 
José Ronaldo dos Santos 

Aproveitando que “no escuro todo gato é pardo”, Totonho do Rio Abaixo deixa a sua fortaleza em busca de ocasiões propícias, onde o alheio é menos vigiado e dá margens para as suas manobras obscuras. “Tem que ser assim. Você não concorda comigo, pastor? Devagar se vai ao morro e devagar se vai o morro!”. Uma prosa assim, por celular, ouvida de passagem na Esquina do Pecado, faz-me pensar na fragilidade da continuidade deste ambiente que herdamos em Ubatuba, onde os milhares de anos da Mãe Terra nos permitiram viver com fartura de água, de mata, de animais silvestres e de belezas naturais. Agora, com atitudes espoliadoras, tudo vai se perdendo. "Tristeza é admirar as obras que crescem onde era o jundu e ver as sombras dos prédios, os lixos e os esgotos tomarem as praias". Isto resultará no nosso fim, confirmando as palavras do índio americano, do Cacique Seattle, em 1855: “Tudo o que acontecer à Terra, acontecerá aos filhos da Terra”. Se continuar desse jeito, promovendo tais escaramuças contra a natureza, terei de arranjar outra internação para o Totonho. "Das pequenas más ações nascem as grandes corrupções".

Para quem não tem acompanhado a história: na última situação, ao ver um sofá na beira da estrada, Totonho surtou porque dizia que aquela peça foi protagonista de seus momentos amorosos com “Militona”. Teve de ser internado e esteve aos cuidados do "Doutor Fraude". Agora, de volta ao lar, nem passado uma semana, ele voltou a “pisar na bola”, a fazer coisas que não são favoráveis à sua saúde mental, agravando a sua miséria cultural. Coitado de Totonho!

Vovô Armiro nos ensinava que saporé é doença causado por um bicho e faz perder o mandiocal se não for cuidado. E arrematava a lição: “Praga tem cura, mas é preciso se empenhar para achar o que está na raiz, causando a praga”. E a gente, caiçaras dependentes desse valioso tubérculo, digo raiz, se esmerava em dar um fim ao bolor branco que apodrecia as bases das vistosas plantas, comprometendo a nossa produção de farinha (e o nosso pirão, lógico!). Neste princípio, me propus a colaborar num plano do "Doutor Fraude" para a cura de Totonho. Hei de localizar a praga em sua raiz! Então... Totonho, na tarimba (cama de pau duro que substitui muito bem o divã), começou falando da “Militona”:

Ela é aposentada como policial, mas tem esse apelido desde nova, quando era uma militante de tantas causas. Mas 'Militona' passou a ser ‘Militona’ mesmo, de fato, na época do Sarney. Ela foi Fiscal do Sarney! Sabe daquelas pessoas que saíam pelos estabelecimentos comerciais vendo se os preços seguiam ou não seguiam a tabela do governo federal? Pois é! Foi quando a filha do Velho Cosme passou a se chamar assim. E ela gosta! Daquele tempo vem o nosso namoro. Oficialmente a gente acabou com tudo: ela se casou... eu me casei... mas... você sabe... a carne é fraca... A gente se encontra de vez em quando. Coitado do meu caminhãozinho naquele mundão de areia!”.

Estou cismando que encontrei uma boa pista, um “carreiro bom”. É aguardar pra ver!

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