Infectologista explica como identificar a doença que atingiu mais de 700 pessoas entre dezembro de 2016 e agosto de 2017
A febre amarela é uma doença infecciosa febril e de gravidade variável. A doença, que pode se manifestar com febre alta, calafrios, cansaço, dores no corpo e até náuseas, possui dois ciclos distintos de transmissão: silvestre e urbano. No silvestre, os primatas não humanos, como os macacos, são os principais hospedeiros e os vetores são mosquitos com hábitos silvestres. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao ter contato com áreas onde os mosquitos habitam. Já no urbano, a transmissão ocorre a partir dos mosquitos Aedes aegypti (mesmo da dengue) infectados que picam o homem. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, entre dezembro de 2016 e agosto de 2017, 777 casos foram confirmados e 261 pessoas morreram em decorrência da febre amarela. Segundo Hermes Higashino, infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. “A vacina contra a Febre Amarela é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano. É contraindicada para gestantes, crianças com menos de nove meses de idade, pessoas com o sistema imunológico debilitado e alérgicas a gema de ovo. Neste caso, ao visitar áreas suscetíveis, é recomendado o uso de repelente, camiseta e calça compridas, meias e luvas.” De acordo com Hermes, é importante ficar atento aos primeiros sintomas que são: início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. “A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Nesses casos, o paciente pode apresentar sintomas como: febre alta, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos), hemorragia (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Procurar um médico assim que surgirem os primeiros sintomas deve ser a primeira atitude, pois muitos desses indícios podem ser confundidos com outras doenças como dengue e gripe. “O tratamento consiste em controlar os sintomas e prevenir complicações. É recomendado fazer repouso, ingestão abundante de água, boa alimentação e reposição sanguínea, quando indicado. Além disso, após a cura, não há riscos de reinfecção”, explica o infectologista.
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