25/04/2024  11h04
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Opinião
14/12/2017 - 05h51
Os nomes de ruas e praças
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

A mudança do nome da Praça da Sé para D. Paulo Evaristo Arns é mais uma daquelas demagogias que, por certo, não agradariam nem ao próprio homenageado, se vivo fosse e pudesse opinar. Franciscano, o cardeal, além de sua bravura nos momentos decisivos, também ficou conhecido pela sua simplicidade pessoal, que dispensava honrarias e rapapés. Principalmente se isso pudesse causar algum transtorno à população que tanto defendeu e respeitou. A marcação do nome de personalidades em vias e logradouros públicos é um dispensável culto à vaidade, mas já que existe, não carece ser abolida. Mas mudar o homenageado, como se fez recentemente no minhocão paulistano cujo nome foi trocado do ex-presidente Costa e Silva para o também ex-presidente João Goulart, é pra perda de tempo.

Bem ou mal, a denominação das vias pública acaba contando a história do lugar. Mas, de tempo em tempo, aparece alguém querendo substituir a homenagem, ao sabor das preferências políticas do momento e, principalmente, tentando levar alguma vantagem. Anos atrás, um deputado tentou mudar o nome da rodovia Castello Branco, que parte de São Paulo rumo ao interior, argumentando tratar-se de uma homenagem indevida, porque Castello foi um ditador. Talvez tenha sido esse o mesmo argumento para a troca de nome no minhocão.

Se fossemos seguir essa linha de raciocínio, em todas as mudanças políticas, teríamos de trocar o nome das vias e praças. Não haveriam mais as avenidas Getúlio Vargas, Juscelino Kubtschek, Tancredo Neves e tantas outras. Existiriam ainda nomes que, ao sabor dos ventos políticos, seriam retirados e depois recolocados, conforme a cotação política do homenageado.

O procedimento de troca de nomes de ruas, praças e outras obras públicas demonstra, além do desrespeito à história e à cultura, a falta de criatividade e até de ocupação dos seus autores. Mesmo retirando o nome das placas colocadas em cada esquina, ninguém conseguirá apagar da história a figura daqueles que tiveram projeção política, social ou empresarial a ponto de batizarem vias e obras públicas. Mas, mesmo não tendo qualquer utilidade, a mudança de nome serve para confundir a população que procura pelos lugares alterados e, principalmente, traz transtornos e despesas aos proprietários de imóveis e negócios na área, obrigados a alterar o endereço na documentação, propaganda e meios de orientação para o acesso da clientela. O melhor é não mudar...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "OPINIÃO"Índice das publicações sobre "OPINIÃO"
31/12/2022 - 07h25 Pacificação nacional, o objetivo maior
30/12/2022 - 05h39 A destruição das nações
29/12/2022 - 06h35 A salvação pela mão grande do Estado?
28/12/2022 - 06h41 A guinada na privatização do Porto de Santos
27/12/2022 - 07h38 Tecnologia e o sequestro do livre arbítrio humano
26/12/2022 - 07h46 Tudo passa, mas a Nação continua, sempre...
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.