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Arte e Cultura
08/12/2017 - 07h11
`Com Amor, Van Gogh´ dá voz à sua pintura
Daniel Bydlowski
 

Com Amor, Van Gogh não poderia ter sido feito se não fosse o amor surpreendente dos diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman pelo pintor, que com sua equipe criaram 65.000 pinturas no estilo de Van Gogh – um feito nada fácil. Porém, esta é a melhor maneira de contar a história de um artista tão peculiar e que, ainda hoje, é visto com muito mistério e adulação.

A carreira de Vincent van Gogh nunca lhe deu nenhum sucesso enquanto vivo. Com amor pelos menos afortunados, e tendo sido padre por uma pequena época, ele tentava viver do mesmo modo que os pobres, pintando-os como os via. Sempre ajudado por seu irmão financeiramente, que acreditava em suas habilidades, as pinturas de Van Gogh somente ganharam mais peculiaridade com o tempo, influenciando o movimento modernista muito depois, ou até mesmo criando seu próprio movimento, sendo tão diferente de qualquer pintor.

Suas pinturas são ricas em cores e dinamismo. Cada traço é claramente exposto em suas obras e, juntamente com as cores vibrantes, fazem com que seus quadros pareçam impulsivos e tenham um alto grau de expressionismo. Mas é exatamente este alto grau de impulsividade e expressão que deram a seus desenhos um grande dinamismo. Embora sejam somente pinturas, é fácil sentir seu movimento. É como se suas telas estivessem vivas. E é também esta qualidade que as fazem transpirar com tanta emoção.

Porém, estas mesmas qualidades são aquilo que preveniram o artista holandês de adquirir sucesso enquanto vivia. Primeiramente, era visto como louco ou excêntrico. Suas pinturas, tão diferentes de outras tradicionais da época, eram consideradas lixo e muitas vezes foram encontradas como embalagens de objetos baratos. Mesmo assim, muitas décadas depois, Van Gogh é redescoberto e, com o difícil e peculiar traço artístico, se torna um dos mais famosos pintores do mundo.

Houveram diversas tentativas de contar a história dele. Até mesmo do cineasta japonês Akira Kurosawa tentou, sem muito sucesso. Tal personalidade só poderia mesmo aparecer nas telonas com seus próprios traços artísticos, e é exatamente isto o que os diretores de Com Amor, Van Gogh fazem.

Todas as pessoas que ele pintou, incluindo funcionários públicos, carteiros, doutores e fazendeiros, ganham vida no filme. Todos participam de uma trama que tenta entender a morte do pintor. O enredo mostra o filho de um carteiro viajando para entregar uma carta ao irmão de Van Gogh, que acaba chegando em Auvers-sur-Oise, a cidade francesa onde o artista morreu. Interagindo com as pessoas que Van Gogh desenhou, memórias de um gênio apaixonado por sua profissão e muito trabalhador são enfatizadas (os diretores tentam não chegar muito perto das qualidades mais negativas do pintor, como seu coração atormentado que levou ao seu suicídio ou ainda sua fama de insano).

Embora o trabalho árduo dos cineastas é claramente visto, especialmente nos primeiros minutos de Com Amor, Van Gogh, é o mistério que revolve a vida do pintor que dá ao filme seu sucesso. A figura de Van Goh é elusiva e ele pouco aparece. Porém, isto só o faz crescer por meio dos contos daqueles que o pintou. Aqui, o pintor e a pintura aparecem finalmente juntos. 


Nota do Editor: Daniel Bydlowski é cineasta brasileiro com Masters of Fine Arts pela University of Southern California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. É membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Seu filme NanoEden, primeiro longa em realidade virtual em 3D, estreia em breve.

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