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Opinião
14/10/2017 - 09h17
Qual é o conceito de arte?
José Luiz Boromelo
 

A arte encanta e impressiona. Há séculos o ser humano produz obras-primas belíssimas, um legado de valor inestimável para a posteridade. Os mais renomados artistas como Michelangelo, Leonardo da Vinci, Van Gogh, Monet, Renoir, Cézanne, Rembrandt, Picasso, Salvador Dali, Miró, Portinari e tantos outros mostraram todo seu potencial utilizando as mais diferentes técnicas, com resultados que beiram a perfeição. Alguns ousaram se expressar por meio da arte em obras de conteúdo erótico esbanjando competência sem cair na vulgaridade, pré-requisito básico para um trabalho que busca o respeito e o reconhecimento público. Mesmo nas obras que retratam sem disfarces as nuances e a crueza da anatomia humana como a escultura de Davi, do mestre Michelangelo ou o quadro “A origem do Mundo” de Gustave Coubert (que expõe frontalmente a genitália feminina, considerada a obra mais erótica do mundo), é possível distinguir traços perfeitos de genialidade e sensibilidade insuperáveis.

Assim também ocorre com as artes cênicas. Representar para um público teve seus primórdios na Grécia antiga, evoluindo no tempo até chegar aos níveis de sofisticação atuais, que tomaram a forma de espetáculos exuberantes. Porém, há que se questionar a total falta de limites na concepção de determinadas iniciativas, pretensamente classificadas por seus idealizadores como arte. Afinal, qual o conceito de arte? Seria tudo aquilo que expressa, de alguma forma, os sentimentos e a criatividade humana? Poder-se-ia classificar como arte uma tela com fundo branco, entremeada por rabiscos psicodélicos ou por montagens desconexas de imagens? Se a resposta for positiva, então, a quem interessaria promover mostras de obras e “coreografias” de gostos duvidosos, sem qualquer restrição de idade, em que o erotismo exacerbado e totalmente dispensável se transforma em personagem principal? Pior ainda, fazer apologia explícita à pedofilia e à zoofilia, como se a população em geral tivesse interesse por esse tipo de “lixo artístico”, geralmente oriundo de mentes doentias, depravadas e desconectadas com os interesses da sociedade?

Não restam dúvidas de que a permissividade nesse País atingiu níveis insuportáveis, com a insensatez e a ousadia correndo soltas, a ponto de se permitir a uma criança interagir com um homem nu durante uma “performance artística”, ainda que na presença dos pais. Por que as promotorias de Justiça e Varas da Infância e Juventude das respectivas áreas onde ocorreram fatos deploráveis (amplamente veiculados na mídia) não representaram imediatamente contra os responsáveis por essas demonstrações explícitas de afronta ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)? Onde estão aqueles autodenominados e pretensos defensores das causas das minorias, os ativistas ferrenhos que volta e meia aparecem bloqueando alguma avenida importante das metrópoles exibindo camisetas com frases de indignação e inconformismo com alguma situação pontual?

É salutar para o debate democrático o respeito incondicional às opiniões divergentes, quando se avança em uma seara movediça como essa. Porém, se faz necessário nesse momento esboçar algum posicionamento que permita estabelecer, mesmo que subjetivamente, o conceito de arte. A arte poderia ser considerada, grosso modo, como a explosão intimista dos sentimentos que acometem o artista, muitas vezes imperceptíveis ao primeiro contato, mas que carrega em seu bojo a intenção maior de expressão racional do ser humano. Até mesmo para os leigos no assunto, a verdadeira arte tem padrão estético, proposituras factíveis, objetivos definidos e resultados surpreendentemente positivos. Bem diferente daquelas baboseiras pornográficas e seus protagonistas deliberadamente libertinos.


Nota do Editor: José Luiz Boromelo, escritor e cronista em Marialva, PR.

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