Passo a passo este poeta se esgueira, junto a você, senhora da minha emoção, adormecida no tapete junto à lareira, indiferente à minha intensa inquietação. Lá fora, o vento é frio, a noite é suja, pesada cortina de silêncio abafa o mundo só rompida pelo piar duma coruja e o uivo de um cão, triste, profundo. Você sorri, adormecida, em seu sonho, lânguida e bela em sua descontração enquanto extasiado, contudo tristonho, paralisado, embevecido, mas sem ação adoro–a criatura ímpar, musa preciosa luz dos meus olhos, luz da minha vida menina–mulher, mulher–menina garbosa á minha mercê, confiante, adormecida. O fogo consome a lenha na lareira, o lume faz arabescos na parede Anseio amá–la, corpo e alma, inteira e em seus beijos saciar a minha sede. Que surpresa, que intensíssima alegria espanta a dúvida que me consome: Dormindo, profundamente, você balbucia com ternura, com carinho, o meu nome... (Poema composto em Campinas, em 14 de julho de 2011). Nota do Editor: Pedro J. Bondaczuk é jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk
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