Sem música, a vida seria um erro, enfatizou o filósofo Nietzsche. Para o pensador Schopenhauer, ela exprime a mais alta filosofia, em uma linguagem que a razão não compreende. Na verdade, não há como negar a importância da música na vida das pessoas. Serve de refúgio da realidade para uns, de expressão de sentimentos para outros. Promove equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar. Muitos brasileiros destacaram-se como expoentes da música: Carlos Gomes e Villa-Lobos, entre os clássicos; Luiz Gonzaga, João Gilberto, Dorival Caymmi, Roberto Carlos e tantos outros, sob o viés popular, transformaram-se em ícones. Assim como o maestro João Carlos Martins, considerado pelos críticos internacionais um dos maiores intérpretes de Bach do século 20. Seu domínio do piano era tal que, aos 21 anos, já despontava no mundo da música clássica. Não demorou para uma carreira consolidada no exterior. Como exemplo, basta citar seus concertos memoráveis no Carnegie Hall, em Nova York. Por problemas físicos nas mãos, João Carlos Martins foi obrigado a abandonar o piano em 2002, mas não largou a música. Passou a estudar regência e, como maestro, fundou a Orquestra Bachiana Filarmônica, para músicos profissionais do mais alto gabarito; e a Bachiana Jovem, uma orquestra pré-profissional, constituída por jovens músicos, em processo de formação e amadurecimento. Com a vocação de divulgar eventos culturais e música de qualidade, o CIEE abriu suas portas à Bachiana Jovem – que mais tarde se fundiu com a Filarmônica, sob o patrocínio do Sesi. Por essa proximidade de ideias, o CIEE foi escolhido para sediar uma sessão especial – espécie de avant première – do filme João, o Maestro, de Mauro Lima (Meu nome não é Johnny/Tim Maia), que estreia no mês que vem em circuito nacional. O filme conta a trajetória de João Carlos Martins desde criança até os dias atuais. Nas palavras de Paula Barreto, produtora do filme, o Brasil tem poucos heróis e o maestro é, sem dúvida, um deles. Temos, então, de nos espelhar nesses heróis para continuar a ter esperanças em um futuro melhor. Nota do Editor: Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de Administração do CIEE, do Conselho Diretor do CIEE Nacional e da Academia Paulista de História (APH).
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