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Opinião
25/06/2017 - 07h36
Temer, a solidão e os gargalos do poder
Dirceu Cardoso Gonçalves
 

Denunciado formalmente e ameaçado de tornar-se réu pela prática de crimes, o presidente Michel Temer vive a solidão do poder. O cercam aliados também problemáticos que, como num abraço de afogados, esperam desesperadamente, via corporativismo, a oportunidade se safar. Por mais que o governante e seus ainda seguidores tentem dar um ar de normalidade ao momento, infelizmente observa-se que a normalidade inexiste. Por razões diferentes e em contexto diverso, o momento guarda semelhança com os estertores do governo do presidente João Goulart que, em 13 de março de 1964, fez o famoso comício da Central do Brasil, prometendo profundas reformas, e foi deposto no dia 31 daquele mesmo mês.

Temer não corre o risco de deposição imediata, mas há de aceitar que tem problemas e dificilmente conseguirá implantar reformas profundas, por mais necessárias e inadiáveis que possam ser. Seu governo já não reúne a base parlamentar sólida de que dispôs no começo, pois muitos dos congressistas aliados temem a possibilidade de morrer abraçado com um governo cujo líder é impopular e já anunciou o fim de carreira. Parece que até a liberação de emendas parlamentares e de outras benesses perderam o poder de outrora, já que os interlocutores do Congresso precisam preservar a imagem, pois no próximo ano terão de se encontrar com o eleitorado, cada dia mais bem informado, e pedir o voto de reeleição.

Tivesse só tentado administrar a massa falida, sem a pretensão de passar para a história como a megalomaníaca imagem de grande restaurador, o presidente poderia se dar melhor, contabilizando os bons resultados da reação da economia já registrados. Hoje, no entanto, diante da agudização da crise, esses pontos positivos correm o risco de se perderem. É cada dia mais difícil prever o que será do país nos próximos meses e até o próximo ano, e para qual tipo de eleição os brasileiros serão chamados a participar. As sonhadas grandes reformas, como se denota, estão cada dia mais inviáveis, entre elas, a reforma política e eleitoral.

Mais uma vez, em curto espaço de tempo, ao tentar dar o salto maior do que a capacidade da própria perna, o Brasil poderá continuar patinando. Espera-se que, pelo menos, as apurações da corrupção e os corruptos sejam identificados, julgados e banidos dos postos de onde podem fazer mal aos mais de 200 milhões de brasileiros. Todos que têm contas a ajustar com a Lei não podem continuar impunes. E os que restarem da grande depuração, terão a oportunidade – e até o dever - de buscar novas bases para o país e a sociedade.

Temos de sepultar os maus hábitos políticos, administrativos e empresariais. Só dessa forma, um dia, poderemos ser a sonhada nação próspera, justa e humana...


Nota do Editor: Dirceu Cardoso Gonçalves é tenente da Polícia Militar do Estado de São Paulo e dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo).

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