Líder–coach fala sobre o apego e a dificuldade de encarar uma separação, mas orienta que a melhor maneira de lidar com isso é compreendo os ciclos da vida
Os filmes de romance têm histórias de amor com finais felizes, mas a realidade se descola dessa felicidade eterna na união de duas pessoas. “Apesar de mais comum no mundo atual, falar sobre separação causa medos e dúvidas na grande maioria das pessoas. Vivemos em uma sociedade em que há dificuldades em se separar de algo para iniciar uma outra coisa”, conta a psicoterapeuta e líder–coach Maura de Albanesi. “Mas não há motivo para desespero, porque essas duas coisas formam um ciclo inevitável... quando há separação, na sequência vem uma coisa nova, que pode ter sido planejada ou não”, acrescenta Maura. De acordo com a líder–coach, a fase de separação vem acompanhada de uma dor, que às vezes coloca as pessoas em um caminho muito tortuoso. “Querendo ou não, estamos falando aqui do tal do apego... Nós somos pessoas naturalmente apegadas – não importa a que, apenas sabe–se que quando gostamos de alguma coisa, grudamos naquela coisa”, explica. Sendo assim, qualquer situação que assinala que chegou a hora de se separar, explica Maura, assusta. “É como se gritássemos ‘Nãaaaaooooo, eu quero continuar!!!’ e esse continuar começa a causar dor porque se estica algo que está no fim do ciclo”, argumenta. E então vira uma bola de neve: “A partir do momento em que esticamos algo, outros problemas surgem, mas, mesmo assim, se quer prolongar tal situação porque não se quer abster de nada, portanto, junto ao apego em o ‘querer sempre tudo’. Veja que há um ‘não querer se separar’ para ‘obter outras coisas’.” Maura explica que a dor da separação não necessariamente é ligada apenas a um casamento ou relacionamento entre um casal. “Os filhos também se separam dos pais, os colegas de escola também se separam por inúmeros motivos, ao trocar de emprego também há uma separação, e muitos outros fatores que se você for observando no dia a dia vai notar que se trata de um ciclo da vida a que devemos ficar atentos porque ocorrem por vontade própria ou porque é o curso natural da vida”, comenta. Para lidar com essa angústia, Maura analisa que é necessário entender a separação como finalização de algo para dar força para iniciar uma coisa nova. “É necessário olhar para isso que você está finalizando, afirmando a si mesmo que ‘agora não preciso mais viver isso. Eu vou viver com uma outra coisa’”, conta. A compreensão desta etapa, explica, é uma libertação de emoções e um reconhecimento de tudo o que se viveu de bom. “Quando a gente consegue perceber os ciclos da vida, vivemos com muito mais sabedoria”, afirma. Dessa forma, Maura explica que as coisas boas vividas antes da separação darão força para seguir em frente. “Ao olhar para trás há muito a agradecer. Veja o quanto já foi bom tudo que vocês já viveram e o quanto foi útil tudo isso. Ver por este prisma possibilita a essa pessoa se lançar para um novo caminho”, finaliza.
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