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Turismo e Viagem
27/02/2017 - 06h33
Turismo e competitividade dos municípios
Reinaldo Dias
 

No mundo atual, com as facilidades de locomoção e comunicação, os destinos turísticos competem de uma forma cada vez mais agressiva, e a tendência é o recrudescimento dessa disputa.

Para se enfrentar a concorrência, há a necessidade de um planejamento estratégico com uma visão de longo prazo, que seja atualizado constantemente, permanecendo em constante mutação adaptando-se às novas realidades e às novas necessidades dos seus habitantes e dos visitantes de um modo geral.

O papel dos municípios, considerados como um todo, no desenvolvimento do turismo, muitas vezes não é bem dimensionado ou é mal interpretado. Seu importante papel pode ser verificado pelo que consome um turista que se desloca a um destino. Do município, o turista consome o meio ambiente, seus atrativos turísticos, seus serviços e suas infraestruturas, sua cultura, seu povo, seus estabelecimentos e assim por diante. À soma agregada de todos esses fatores denominamos: produto turístico global.

Compõe o produto turístico global um aglomerado de serviços que são utilizados pelo turista durante sua permanência em um destino, e a má qualidade de qualquer um deles afeta a avaliação do conjunto e compromete os demais. Um hotel instalado na cidade pode ser reconhecido pela excelência no atendimento, mas se os demais serviços existentes na localidade não satisfizerem o turista, este avaliará a experiência como negativa.

Numa outra situação um atrativo pode ser bem promovido, mas se as condições de acesso e permanência não forem satisfatórias, também a avaliação do visitante será negativa. Por outro lado, se melhoram as condições de acesso, a infraestrutura, e o atrativo turístico não satisfaz a curiosidade e o interesse dos visitantes, houve um investimento que não terá retorno.

Outro aspecto que deve ser considerado, é que a valorização do município e da política turística deve estar articulada entre os diversos setores da administração municipal. Se as ruas estiverem esburacadas, ou se as obras de conservação viária forem realizadas nos períodos de alta concentração de turistas, o turismo perde. Assim, há necessidade de coordenação dos vários setores em que se divide a estrutura administrativa municipal.

O ponto fundamental que deve ser compreendido pelas autoridades municipais e pelo setor privado interessado, é que para o turismo ser um indutor do desenvolvimento local, o município deve ser tratado como real produto turístico, pois ele é percebido como um todo pelos visitantes. E para tanto devem ser feitos esforços o mais articuladamente possível de promover e consolidar o nome do município enquanto marca.

Os turistas pagam por ofertas concretas, mas esperam experiências e benefícios gerais dos atrativos (coisas que ver e descobrir), dos serviços e infraestrutura (como facilitadores da prática turística) e das atividades (coisas que fazer, novas experiências); tudo isto configurado e promovido a partir de uma imagem prévia da cidade turística como um todo, seja por meio da propaganda institucionalizada ou daquela realizada boca-a-boca individualmente.

Em resumo, a cooperação entre o setor público e o privado é imprescindível, por vários motivos. A competitividade de um destino e a satisfação do turista não depende somente do alojamento – o hotel, a pousada, o camping – e sim do conjunto da experiência turística que se satisfaz no alojamento, na praça, nas ruas, sendo atendido em um serviço público, nos terminais de ônibus, nas lojas etc., ou seja, todo um conjunto de fatores que compõe o produto turístico global como um todo e que proporcionam a percepção de benefício ao cliente-turista.
As cidades devem compreender a necessidade de preservação de sua marca no mercado turístico, para manter ou ampliar suas possibilidades de atração e manutenção de uma população visitante.


Nota do Editor: Reinaldo Dias é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, campus Campinas. Doutor em Ciências Sociais e Mestre em Ciência Política pela Unicamp. É especialista em Ciências Ambientais.

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