Líderes do governo e da oposição uniram-se ontem na crítica à matéria publicada neste fim de semana pelo jornal americano New York Times dando conta de uma suposta "preocupação nacional" com o envolvimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com bebidas alcoólicas. A líder do bloco do governo no Senado, Ideli Salvati (PT-SC), considerou a reportagem uma "irresponsabilidade" e lembrou que o governo dos Estados Unidos "enfrenta problemas graves de ética por causa de casos de tortura a cidadãos iraquianos". Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), classificou de "grosseria" do correspondente do New York Times no Brasil, Larry Rohter, a reportagem publicada. "Não é bom enveredar por este caminho, porque, se formos por aí, eu diria que a política externa dos Estados Unidos é bêbada. Eles promoveram dois Vietnãs em 50 anos". O líder tucano disse que, apesar da oposição que faz ao governo de Lula, não cabe "resvalar para grosserias como esta". O senador Pedro Simon (PMDB-RS) informou que vai conversar com o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Suplicy (PT-SP), para que todos os partidos tomem uma posição única quanto à reportagem do New York Times. Simon disse que este jornal é um dos mais lidos do mundo e que isso acaba prejudicando a imagem que Lula vem consolidando no exterior. Além disso, lembrou Simon, "os Estados Unidos têm vários casos de homens públicos que são alcoólatras declarados". O senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) afirmou que a matéria do New York Times serve para esconder as ações promovidas "por militares americanos cheiradores de cocaína que estão seviciando e torturando iraquianos". O Senado deve aprovar hoje (11) moção de censura ao correspondente do jornal norte-americano no Brasil.
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