José Ronaldo dos Santos | |
Sim, sou professor porque acredito na educação como principal instrumento para melhorar este mundo. Por isso que insisto num tema que há anos vem sendo trabalhado pelas orientações docentes: a formação para a cidadania. Faz parte do meu discurso, em diversos momentos com os alunos, que o problema maior de país, da cidade, do bairro somos nós mesmos que fazemos da esperteza um princípio de muito valor. É esperto quem se aproveita das tarefas dos outros para ganhar nota boa; quem dribla os impostos e outras taxas; quem ocupa e danifica o espaço do vizinho; quem usa a lábia para se aproveitar dos irmãos; quem desconsidera a legislação ambiental para lucrar mais; quem descuida da família para poder ostentar um status ilusório; quem abre uma janela do lado da casa vizinha; quem descarta lixo na rua, mas reclama do governo que é displicente nos esgotos; quem bebe e sai dirigindo pelas ruas; quem quer um atestado sem estar precisando; quem ocupa assentos e vagas destinadas aos idosos etc... etc... Porém, essa mesma espécie de indivíduo quer que os políticos sejam honestos e zelem pelo bem coletivo! O médico Dráuzio Varella, num artigo de jornal, assim me ajuda a concluir: “O brasileiro tá reclamando de quê? Com a matéria-prima desse país? A gente tem muita coisa boa, mas falta muito para a gente ser o homem e a mulher que o nosso país precisa. Nós é que temos de mudar. O novo governante (federal, estadual, municipal) com os mesmos brasileiros não pode fazer nada. Antes da gente chegar e culpar alguém, a gente tem que fazer uma autorreflexão: fique na frente do espelho, você vai ver quem é o culpado”. Quer duvidar que o “sem noção”, quem estragou essa planta na minha calçada sem nenhum constrangimento, acredita em Deus como criador de tudo, inclusive dessa árvore florida? E não poderá ser o mesmo que já envenenou animais na vizinhança? E gente assim, porção considerável dessa matéria-prima, não pode ser chamado de “um sem noção de Deus”?
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