Alamedas em que corações passeiam Governos que desprezam as florestas Lua que foi pisoteada por homens bons Alcorão que dizem antever o fundamentalismo Sangue disperso e bares que são trincheiras Povo desarmado que se rende sem preparo Ditadores que disseram, apenas disseram Ter armas atômicas fictícias, a custo de milhões Enquanto os jardins de Damasco são sucatas Ditadores que promovem o bem de maiorias Enquanto democratas se convertem em opressores As liberdades, porém, jamais deixarão o ideal. Pobre continente de tribos que lembra o fel Da fome, da noite sem dormir, de computadores Doados e disputados entre árvores perplexas. Demagogia, burocracia, homens sem espírito Que vivem dos contratos de Rousseau e Hobbes. População que absorve a poeira dos desertos Denominada de estruturas administrativas Vive como pode em favelas insalubres Que abandonam, ainda que num único momento, Para respirar o pouco que nada custou à humanidade. Garotos que empunham armas e disparam Certos de que o morto não fará falta nenhuma. Ainda assim é um planeta de grandes amores Paixões que vem e vão e sempre resistem Fazem sofrer, mas em seus peitos crescem as flores. Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado especialista em Direito Constitucional, Civil, Tributário e Coletivo do Trabalho e fundador da Garrido de Paula Advocacia. É autor do livro Universo Invisível e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.
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