Desço devagar a ladeira histórica porta pública da velha biblioteca. Penso na imensidão de livros esquecidos Muitos sequer folheados, e os segredos Que guardam e nunca serão revelados. Ao pobre homem incapaz de desvendá-los O que seria da inesgotável biblioteca central Se não expusesse mais que o concreto, o futuro biológico? Continuemos seguindo o que reza a intelligentsia Como se fosse o padre a cuidar de seus cordeiros E deixemos enterradas as fábulas da biblioteca. Jamais serás auxiliado a ver nos alfarrábios o que não viste Que faria da biblioteca esquecida o castelo de ideias imaginárias. Quais razões para sonhar e deslizar nas nuvens, se tudo é triste? Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado especialista em Direito Constitucional, Civil, Tributário e Coletivo do Trabalho e fundador da Garrido de Paula Advocacia. É autor do livro Universo Invisível e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.
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