Definições de amor não faltam. E em minha opinião todas estão certas, segundo algum ponto de vista. A que mais gosto é a que diz que amar é buscar o bem-estar de alguém, em prol desse alguém. Esse buscar é inspirado pelo bem-estar que o amado inspira ou gera no amante, por ser quem é e fazer o que faz. Porém, existem muitas versões romantizadas e irreais dessa palavra, o que leva muitas pessoas a acreditarem que nunca encontraram ou encontrarão o amor verdadeiro, afinal, muitas dessas versões só cabem em filmes da Disney. Por isso, listei 11 definições reais, nuas e cruas sobre o amor: 1- Amar não é desejar o bem-estar do outro. É buscá-lo. 2- Amar não é gostar muito. Gostar é ter prazer ao estar em contato com. É impossível alguém amar uma maçã. 3- A beleza de alguém aos olhos de outro é a semente do amor. Não há amor sem beleza ou bem-estar gerado no amante. Portanto, no amor há sempre mérito, pelo menos aos olhos de quem ama. Nesses termos, amor é condicionado à beleza de alguém, por mínima que seja, como o de uma mãe por um filho, porque através dele ela se realiza como ser humano e/ou outras causas. 4- Para amar, é necessário colocar o bem-estar do outro acima do próprio, pelo menos num momento. Nesses termos, quem não conseguir fazer isso com alguém, não poderá amar. Então, algumas pessoas, seja por quais razões for, não serão capazes de amar. 5- Quanto maior a intensidade, variedade, frequência e duração que um inspirar bem-estar no outro (através de prazeres ou alívios), maior a probabilidade de ser amado. 6- Amar é uma emoção somada a um comportamento. Não pode ser apenas um. 7- Pessoas que só pensam em si diminuem a probabilidade de inspirar prazer no outro, assim, não incomumente são pouco ou nada amadas. Ocorrendo isso, frequentemente retroalimentam a ideia de que ninguém se preocupa com o outro, sendo, portanto, o certo, buscar apenas o próprio bem-estar. 8- Quem não for capaz de ver beleza no outro, não será capaz de amar. 9- A diferença entre amar e ética é que um é motivado pelo bem-estar que o amado gera no amante, e o outro pela moral, pois ambos se referem ao ato de buscar o bem-estar do outro. Claro, pode haver ética ao buscar o próprio bem, mas por uma mera questão de cultura, ética é a busca do bem-estar do próximo. 10- Nunca se ama quem o outro é, de fato, mas sim o que se percebe do outro e/ou o bem-estar que o mesmo traz ou inspira, seja por sexo, capacidade de proteção afetiva, quão bom humor tem. 11- Pessoas depressivas e de mal com a vida tendem a perder seus aspectos atraentes, sendo menos amáveis. Contudo, tornam-se interessantes para quem precisa ajudar ao outro para conseguir valorizar a si, se sentir importante e/ou que coloca a ideia de ética como prioridade na própria vida. Entretanto, o fato de dar muito e receber pouco, a médio e longo prazo, tende a se tornar muito cansativo, facilitando o abandono da pessoa depressiva, que aumentará e/ou confirmará o mal-estar de quem já sofria. Enfim, amar e ser amado é simples apenas em filmes, novelas e outras fantasias. Mas é possível, prazeroso e vale muito a pena. Nota do Editor: Bayard Galvão (www.institutobayardgalvao.com.br) é Psicólogo Clínico formado pela PUC-SP, Hipnoterapeuta e Palestrante. Especialista em Psicoterapia Breve, Hipnoterapia e Psiconcologia, Bayard é autor de cinco livros, criador do conceito de Hipnoterapia Educativa e Presidente do Instituto Milton H. Erickson de São Paulo. Ministra palestras, treinamentos e atendimentos individuais utilizando esses conceitos.
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