Que me desculpe a minha ignorância, mas fiquei muito confuso com o seu texto "Imprensa livre versus castradores de cidadania", apesar de publicado com a sua assinatura o texto pleno de referências jurídicas muito me lembrou um amigo comum, não sabia que o Professor versava Ex aequo tão respeitável. De qualquer forma, conhecendo o caráter dos dois tenho certeza que o senhor jamais assinaria um texto que não lhe pertence ou que o nosso amigo se prestaria a ghost writer. Além do mais suas palavras não deixam dúvidas quanto à liberdade que vivemos e os meios que temos para nos expressar com responsabilidade e sem medos. Quanto a sua manifestação sobre os quiosques, muito mais me estranhou ver o Professor se manifestar sobre o assunto. Mas sinto dizer que o senhor está equivocado ao afirmar que o projeto de lei encaminhado à Câmara no apagar das luzes da Administração Anterior (as maiúsculas são suas) já propunha solução. Solução a que? Às obras que deveriam ser executadas de acordo com um projeto arquitetônico que nunca existiu e não foi anexado à proposta de lei? Sabemos que o maior entrave para qualquer solução quanto aos quiosques é a legalidade da ocupação dos ditos permissionários e tidos proprietários. O caro Professor sabe muito bem, e semanalmente nos dá aulas sobre o assunto, como é diferente conversar com um dono que jamais aceitará ingerências na sua propriedade e um permissionário que sempre deverá reconhecer a transitoriedade do seu direito. De qualquer forma faço minha as suas palavras quanto ao direito e oportunidade de expressão. Quanto aos inimigos da liberdade que o senhor tão bem explicitou citando Garrastazu e a Constituição Federal (CF para os íntimos) ouso recomendar que leia Millor, pois para cada lei existe uma realidade e segundo MF "A liberdade é um produto da alucinação coletiva" (MF definitivo pág 280) ou ainda "Dizer que nos darão liberdade é besteira. Podem no-la tirar. Mas não podem no-la dar. Que língua, a nossa!" (MF. Pasquim 1969) ou "Eu também não sou um homem livre. Mas nunca ninguém esteve tão perto" (MF, ibidem, pág 281). Muito me lembro da ditadura Franco, na Espanha quando surgiram os homens de palha, que o capitalismo subempregou na forma dos ghost writer e de Bruñel, Luiz. Ele foi definitivo ao dizer "A censura não existe, o que existe de fato é a nossa maior ou menor capacidade de driblá-la". Abraços ao nosso amigo.
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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