Pouco importa se o amanhã e o depois de amanhã São sombrios como uma floresta desconhecida Os homens e as mulheres de meu país são fortes Os canalhas também, mas serão extintos sob a tempestade. Todos fomos às ruas, ou quase todos, e clamamos No dia seguinte os donos do país acordaram lerdos Fizeram que nada sabiam, e como fora domingo à tarde, Só discutiram futebol e oradores no Congresso ignoraram Todas as ruas do país foram esquecidas, principalmente as principais Onde se falou de corrupção generalizada e mortal Onde os blocos repudiavam as injúrias, não eram marchas de carnaval. As instituições, ficções criadas pelo homem sábio, para escapar Da navalha na carne, da lâmina impiedosa, do tiro democrático Funcionavam normalmente, havia românticos cantando no mar? Até hoje os petrificados proprietários da autoridade política Continuam a fingir que o anseio era um passeio, uma nonada Afinal, o país tem leis, elas são muitas, e a massa paralítica. Nota do Editor: Amadeu Roberto Garrido de Paula é advogado especialista em Direito Constitucional, Civil, Tributário e Coletivo do Trabalho e fundador da Garrido de Paula Advocacia. É autor do livro Universo Invisível e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas.
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