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SEÇÃO
Comportamento
15/06/2016 - 06h39
A rejeição pelo parceiro na gravidez
Cynthia Boscovich
 

A gravidez é um período em que muitas coisas podem acontecer. Talvez seja por isso que existam tantos mitos sobre alguns comportamentos da gestante. Quem nunca se deparou com uma grávida falando sobre o seu desejo de comer determinado alimento, colaborando com a tese de que não pode passar vontade neste período?

Algumas mulheres se desconhecem durante a gestação. Tanto em relação a sentimentos, sensações e vontades, quanto em relação a comportamentos.

No âmbito sexual, é tão comum observarmos um aumento do desejo sexual pelo parceiro, como até mesmo a repulsa do mesmo, e isso não necessariamente tem qualquer ligação com a realidade ou com o relacionamento do casal.

Parece estranho, mas é mais comum do que imaginamos, a mulher rejeitar o parceiro após a gestação e também após o nascimento do bebê.

Há mulheres que sentem até enjôo pelo cheiro do parceiro, além da rejeição do mesmo inclusive sexualmente. Uma das possíveis respostas para isso a própria natureza nos dá, pois a mulher precisa cuidar da sua cria e não aumentá-la, justificando assim a diminuição da libido. Entretanto, isso não quer dizer que seja algo fácil de ser lidado pelo parceiro, pois ele além de estar envolvido com a gestação, também tem as suas próprias questões (conscientes ou inconscientes), muitas vezes não tão simples de serem administradas.

Uma outra explicação para a repulsa do parceiro, é que o centro da mulher se encontra em seu ventre, e tudo o que ela vive e sente está relacionado ao bebê que se desenvolve dentro dela. E após o nascimento, o foco passa para atender às necessidades deste serzinho que é absolutamente dependente de outro para sobreviver. Do ponto de vista do bebê, isso é necessário para que se desenvolva física e psiquicamente saudável. Contudo, se o parceiro não estiver maduro para suportar essas mudanças, talvez o relacionamento sofra com isso.

Buscar ajuda e orientação nesse período pode ser de grande valia para todos, inclusive para o bebê que necessita de um ambiente estável e tranquilo para se desenvolver.


Nota do Editor: Cynthia Boscovich é psicóloga clínica, psicanalista. Membro regular da sociedade brasileira de psicanálise winnicottiana. Atende adolescentes e adultos em seu consultório. Desenvolve também um trabalho específico com gestantes, mães e bebês, na área de prevenção e tratamento. E-mail: cynthia@cuidadomaterno.com.br.

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