Parte expressiva das prefeituras no País possui carência de informação no que tange a todos os itens que envolvem o sistema viário. Isto inclui, principalmente, o que se refere à sinalização e ao conjunto de dispositivos implementados no pavimento, como divisórias e lombadas - todos os itens, vale dizer, colocados na via pública essencialmente para garantir a segurança dos usuários. O problema da carência de informação está diretamente relacionado à absoluta falta de prioridade e cuidado no País com elementos que compõem uma rua ou estrada. O fato é que a obsessão histórica em abrir e pavimentar estradas pelo Brasil afora nunca foi acompanhada de cuidados com relação aos itens que entremeiam ações desse porte, ficando o ato de preparar o terreno para montar uma estrutura básica de fluxo de tráfego quase como única e exclusiva preocupação. Com isso, identifica-se a necessidade de se propagarem urgentemente propostas visando a reduzir esta distorção. A lombada (introduzida no país no final da década de 70), por exemplo, é colocada em ruas, avenidas e estradas para fazer com que se reduza a velocidade de veículos. Este obstáculo demanda elevado esforço mecânico dos veículos para ultrapassá-lo, gerando mais atrito e desgaste do elemento lombada. Por conta disso, uma sinalização feita sobre esta lombada com material tradicional tem tudo para não funcionar. Para fazer com que realmente uma lombada tenha uma sinalização com ótima resistência em situação adversa, faz-se necessário a implementação de materiais diferentes (mais adequados) ao normalmente implementado em trechos lineares da via pública. Além, é claro, de a lombada atender rigorosamente às normas do Conselho Nacional de Trânsito com relação ao tamanho. Para que uma lombada seja vista de dia e também à noite, aquele material que deverá ser utilizado sobre ela precisa ter todas as características para suportar excessivo desgaste e ao mesmo tempo orientar o motorista no momento crítico de tráfego - que é o de atravessá-la. Embora a demarcação neste obstáculo seja tão importante quanto a utilizada, por exemplo, para separar uma pista da outra, ela deve ter composição diferente e mais apropriada. Dessa forma, assim como esta informação trivial e básica, muitas outras deveriam chegar aos órgãos municipais responsáveis pela área de trânsito. Porém, infelizmente, elas acabam não chegando. Assim, torna-se urgente pensar com mais afinco nos itens de segurança que envolvem a construção ou recapeamento da via pública. Os usuários agradecem. Nota do Editor: Áurea Rangel é química, mestre em engenharia de materiais e diretora executiva da Hot Line.
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