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Brasil
10/12/2015 - 06h24
Moody’s pode reduzir nota da dívida brasileira
Wellton Máximo - ABr
 

A agência de classificação de risco Moody's poderá revisar para baixo a nota da dívida pública brasileira. No fim da tarde de ontem (9), a agência anunciou que mudou para negativa a perspectiva da classificação do país. Caso o Brasil seja rebaixado, perderá o grau de investimento, garantia de que o país não corre o risco de dar calote na dívida pública.

Atualmente, a nota do país segundo a Moody's é Baa3, último nível dentro do grau de investimento. Em setembro, a agência Standard & Poor's havia excluído o Brasil dessa categoria. Caso mais uma agência rebaixe o país, os fundos de investimento internacionais não poderão mais aplicar recursos no Brasil, ocasionando a fuga de capitais do país.

Em comunicado, a Moody's informou que a incerteza política decorrente da abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff cria dificuldades para o governo aprovar medidas que reduzam gastos obrigatórios e aumentem tributos. Dessa forma, segundo a agência, o país encontra mais dificuldade em conter o crescimento da dívida pública. “A situação política tornou-se cada vez mais complicada. O início de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff lança mais dúvidas sobre a perspectiva de cooperação entre o Congresso e a presidente para aprovar medidas significativas de consolidação fiscal em 2016”, destaca a agência.

A piora dos indicadores fiscais e econômicos do Brasil, ressaltou a Moody's, afeta a perspectiva de recuperação do país em 2016. A agência informou que levará em conta a aprovação do Orçamento de 2016 e de algumas medidas de aumento de tributos na próxima decisão sobre a nota do país.

“Tomando o Orçamento de 2016 como ponto de partida, nossos analistas vão focar na análise do cenário fiscal e macroeconômico para avaliar a trajetória da dívida pública em diferentes cenários, levando em conta o desenvolvimento do processo de impeachment”, acrescentou a agência no comunicado.

Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Fazenda ainda não informou se vai se manifestar sobre a decisão da Moody's.

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