Com áreas de lazer que oferecem muito além dos salões de festa, os moradores ganham comodidade
“Nos pequenos frascos estão os melhores perfumes”, diz o ditado. E, talvez, nos menores apartamentos esteja a solução para o perfil do comprador atual de imóveis. Os compactos, imóveis com dimensões entre 30 m² e 60 m², têm sido a aposta das construtoras para atender jovens profissionais em boa situação financeira, investidores, aposentados e os chamados dinks (do inglês: double income, no kids yet). Segundo dados do IBGE, o número de pessoas que decidiram morar sozinhas dobrou na última década, o que resultou no aumento da demanda por imóveis de um ou dois dormitórios. O último censo, de 2010, mostra, ainda, que a média de filhos por família está abaixo de dois, contra seis na década de 1970, um retrato de que a estruturas familiares do país também mudaram. Além disso, a fatia da população que procura por apartamentos pequenos é bastante variada. São estudantes, solteiros, idosos, casais sem filhos e divorciados. “As construtoras estão atentas a esse perfil de comprador e têm demandado unidades com dimensões menores, mas em empreendimentos que suprem as necessidades dos moradores, com alternativas nas áreas comuns, boa localização e acesso a infraestrutura de compras e serviços”, garante Luiz Felipe Quintão, sócio-diretor da Bloc Arquitetura. Para o arquiteto, há uma tendência nos novos projetos em apostar num tratamento diferenciado nas áreas de lazer comum, que tendem a proporcionar cada vez maior diversidade de atividades aos moradores. “O tradicional pilotis, padrão composto normalmente por salão de festas, piscina e quadra de esportes, já não é o suficiente para atender tal público. Fizemos recentemente um projeto, em parceria com a Prisbel, que possui área gourmet, home theater, sala de jogos, espaço fitness, quadra de squash, sauna, piscina, e até itens não tão comuns, como lounge café, conveniência, bicicletário e jardim mirante”, pontua. Quintão acrescenta que o ponto principal é a integração de tudo, de forma a dar ao morador uma extensão, uma espécie de prolongamento da sala de estar do seu apartamento. O empreendimento está previsto para ser concluído em 2016, no Buritis, região sul de Belo Horizonte, e terá 7930 m² de área construída, sendo que 64 das 81 unidades será de estúdios com 40 m². Independência A relações públicas Sarah Guimarães mora, desde setembro, em um imóvel de 40 m² na região centro-sul de Belo Horizonte e enumera vantagens dessa escolha. “Assim que consegui um pouco mais de estabilidade financeira, procurei um local que desse para receber meus pais, amigos e namorado. Nada se compara à privacidade de ter um espaço só seu”, comenta. Ela conta que se mudou para a capital mineira há nove anos e, desde então, morava com familiares em uma casa de seis quartos no bairro Santa Inês. Custo-benefício também foi um ponto considerado por Sarah na procura do apartamento. Ela confessa não ser adepta do uso de veículos, o que interferiu na escolha por uma área mais central. “Queria um lugar mais prático, próximo dos meus locais de trabalho e lazer. Além disso, um espaço pequeno é mais fácil de limpar e você não precisa gastar uma fortuna com decoração”. Personalizado Perto de tudo, com um custo dentro do orçamento e com um toque com ar de exclusividade. Pedro Guadalupe usou seus conhecimentos profissionais de arquiteto para personalizar o imóvel de 58 m² comprado por ele, recentemente, no famoso Edifício Arcangelo Maletta. “Tirei uma das paredes, o apartamento ficou com quarto, banheiro e cozinha americana”, explica. Segundo Guadalupe, dessa forma, o local atende melhor a seu estilo de vida. “Sou mais urbano, não preciso viver em uma casa distante, com quintal para um cachorro, como muitos sonham – preciso de pouco espaço”, garante.
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