O Brasil está diante de uma crise econômica prevista por vários especialistas há um bom tempo. O governo da presidente Dilma Rousseff sustentou por longos meses, desde antes de sua reeleição, que a dificuldade do país era consequência de uma crise internacional. Ficou muito difícil, porém, continuar sustentando essa teoria com as altas nos índices de desemprego e na inflação. O país está em franca desaceleração econômica, enquanto outros países afetados pela crise mundial de 2008 já se recuperam, casos dos Estados Unidos e Reino Unido, principalmente. A presidente Dilma reconheceu a crise nas últimas semanas, embora o Governo insista em atribuir a causa aos problemas externos. Para o especialista em comportamento, Sulivan França, fundador da Sociedade Latino Americana de Coaching no Brasil, são exemplos de estratégias equivocadas de um líder negar que o problema exista, transferir a culpa a terceiros e abandonar o bom senso, entre outras atitudes. “É preciso imaginar o Brasil como uma empresa gigantesca. Temos muitos diretores, gestores e uma presidente. O comportamento da presidente determina a dimensão que uma crise vai tomar para além dos problemas administrativos”, comenta França. “Um bom líder não vai necessariamente isentar sua gestão dos tempos difíceis, mas vai saber lidar com a situação da melhor maneira possível e sempre buscando minimizar as consequências. Não foi o que aconteceu no Brasil”, ressalta. De acordo com o especialista, a falha da presidente é, principalmente, comportamental. França afirma que faltou uma atitude autêntica de líder baseada no entendimento de que uma boa gestão passa por antecipar ações e posições diante de um problema. “Um líder deve tratar crise como crise desde o início. Crise empurrada com a barriga vira catástrofe”, pontua. “Procrastinar um posicionamento coerente é o maior dos equívocos. Não reconhecer que o problema existe é uma péssima estratégia para um líder. E comportamento de líder é estratégico: se vai mal, nada vai bem. A falta de atitude de Dilma no momento certo é um exemplo do que um líder não deve fazer. A presidente precisa urgentemente de coaching”, sugere França.
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