Gianni D´Angelo / PMC

Golfinhos, corujas, quero-quero e gavião da praia são alguns animais que turistas e moradores de Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo, podem observar ao passar pela orla da Massaguaçu, às margens da Rodovia Rio-Santos (SP-55). Com areia grossa e amarelada, além de ondas grandes e poderosas para o surfe, a praia fica a 8 km do Centro e ainda mantém o jundu, vegetação nativa rasteira de proteção ambiental da zona costeira, importante para o ecossistema brasileiro.

Este cenário paradisíaco é também composto pelo mar verde esmeralda, utilizado frequentemente pelos esportistas da pesca de arremesso. E é por isso que a praia da Massaguaçu é sede dos principais torneios de pesca do Estado de São Paulo.

Com tanta beleza em seus 5 km de extensão, o desafio do município é manter a vegetação nativa, preservar os animais e garantir o futuro sustentável também da população, sem esquecer o desenvolvimento, já que o turismo é uma das atividades que mais gera empregos para a mão-de-obra local.

Em Caraguá, como a cidade é carinhosamente chamada, está em andamento na Massaguaçu um projeto ambiental de recuperação do jundu, vegetação herbácea com ramos retorcidos presente principalmente em solos arenosos de origem marinha e seco.

O jundu é um forte aliado de contenção da erosão costeira, principalmente em dias de maré muito alta. Na primeira fase do projeto de revitalização ambiental, houve o cercamento dos trechos isolados e remanescentes da vegetação nativa, já identificados no relatório técnico, visando evitar o pisoteio ou qualquer intervenção. Com isso, os técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente conseguiram delimitar, até o início de julho deste ano, mais de 11 mil m² da área total a ser recuperada, que chega a aproximadamente 13 mil m².

As próximas fases previstas para o mês de julho são o recolhimento do microlixo da areia e plantio das espécies de jundu, com sementes coletadas na praia do Capricórnio, que já germinaram.

O diretor técnico da Secretaria de Meio Ambiente, Anderson Ribeiro, explicou que o cercamento das áreas na praia da Massaguaçu facilitará a regeneração das espécies de jundu e também determinará os limites para que as obras de urbanização, que ocorrem ao mesmo tempo da revitalização ambiental, não interfiram na área que será preservada. “À medida que a vegetação for recuperada, as cercas serão retiradas. Isso também possibilitará que a praia tenha acessos delimitados e seguros para os banhistas”, disse.

As legislações vigentes também amparam o projeto de revitalização do jundu na praia da Massaguaçu. A supressão desta vegetação em faixa de areia sem autorização ambiental e motivação tecnicamente fundamentada é crime ambiental, conforme preconiza a Lei Federal 9.605/98. Já a Resolução Conama 303/2002 define como Área de Preservação Permanente a faixa 300 da preamar máxima.

Mais infraestrutura – Além da revitalização ambiental na orla da Massaguaçu, está em andamento a urbanização de todo o trecho, que vai ganhar deck de madeira, ciclovia, nova área de estacionamento, passeio para pedestres e paisagismo.

A expectativa é que tanto a revitalização ambiental quanto a urbanização de toda a orla da Massaguaçu beneficie mais de 5 mil moradores, além de turistas e veranistas.

A praia é um dos principais cartões-postais da cidade e se prepara para, em breve, ficar ainda mais exuberante, preservada e moderna.