O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, responsável pela produção da maioria dos radiofármacos utilizados no país, regularizou ontem (23) o fornecimento de radioisótopos usados como matéria-prima na medicina nuclear. No início do mês, pacientes não puderam fazer diagnóstico de doenças nem continuar o tratamento por causa da falta de radiofármacos nos hospitais. Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, apesar da regularização da remessa de radiofármacos, a situação é frágil e requer atenção. Em nota, a associação alertou que a dependência do Brasil por insumos radioativos importados é um problema que precisa ser solucionado, visto que há número limitado de fornecedores de radioisótopos dos quais o país pode comprar. A associação cita a alta do dólar, o aumento dos custos dos insumos importados e o corte do orçamento para a produção de radiofármacos como obstáculos para aquisição de insumos e manutenção da produção, de maneira regular a distribuição, como tem ocorrido nos últimos 30 anos. O governo brasileiro tem como meta de longo prazo, para a autonomia de produção de radiofármacos, a criação do Reator Multipropósito Brasileiro. Além de ampliar a produção de material e técnicas nucleares, gerando benefício na área da saúde, o reator vai produzir isótopos radioativos que servirão de insumo para produtos com aplicação na indústria. Serão usados também na proteção do meio ambiente, na agricultura e no desenvolvimento da capacidade técnica e continuada na formação de pessoal especializado. Em maio, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) emitiu licença prévia para a construção do reator. O empreendimento foi integrado ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e tem previsão para começar a operar em aproximadamente quatro anos.
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