Com rituais bem diferentes, ilha caribenha celebra o nascimento do santo com festival da colheita
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Enquanto os brasileiros tiram as camisas xadrezes do armário, preparam as fogueiras e ensaiam as quadrilhas de festa junina, os arubanos se preparam para a sua própria festa de São João, que tem tradições muito diferentes. O Dera Gai, como é chamada a comemoração do dia 24 de junho, celebra o nascimento do santo e também a colheita. É um festival folclórico cheio de simbolismos, tanto pagãos quanto católicos, que refletem as influências dos índios aruaques e dos missionários espanhóis na ilha. O nome da celebração é traduzido para “enterro do galo”, que é um jogo tradicional da data: os jogadores, de olhos vendados, tentam decapitar com um taco um galo enterrado até a cabeça no chão! Hoje, os participantes tentam encontrar uma bandeira, também de olhos vendados, mantendo a tradição de uma maneira mais humanitária. Além disso, grupos de dança usam um galo de plástico para reencenar o antigo ritual. A tradição do enterro do galo é perfeita para entender a mescla da festa pagã com a católica: enquanto os católicos consideravam que o costume simbolizava a decapitação de São João Batista, os pagãos acreditavam que o sangue do animal tornaria a terra mais fértil para a safra seguinte. Em vez do xadrez, os arubanos usam roupas vermelhas e amarelas bem chamativas, representando o florescer da árvore local kibrahacha. Alguns grupos realizam rituais de dança de colheita. Mas a festa também tem algo igual às do Brasil: as fogueiras. Antigamente, elas eram acesas no dia 23 de junho, anunciando a chegada do dia de São João. Hoje, as fogueiras são acesas no próprio dia da comemoração por toda ilha. O Dera Gai é, hoje, um festival cultural nacional, com músicas, danças, comidas e bebidas típicas, celebrado em diversos locais de Aruba, e um dos eventos mais esperados do ano pelos arubanos.
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